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Ohana:

Chegamos na nossa casa em Lucerna, na Suíça, no início da noite. Era uma pequena cidade, conhecida por sua arquitetura medieval preservada. Era situada entre as montanhas cobertas de neve, próximo ao lago Lucerna. Por termos condições, papai havia conseguido comprar uma residência bem próxima ao lago, podíamos vê-lo da sacada dos quartos.

-Ohana: Frio? - questionei baixinho e ela sorriu assentindo milimetricamente.

Larissa já tinha tomado banho, usava calça de moletom, um top simplório, e tinha os fios ruivos presos a um coque frouxo. Aproximei-me sentando ao seu lado, e repousei espontaneamente a mão em sua coxa.

-Ohana: Lari... - chamei baixinho. - O que acha de... vivermos esse tempinho como pessoas normais?

-Larissa: Como uma estudante de medicina? - ela questionou idiota e ambas sorrimos.

-Ohana: Como duas garotas jovens de férias. - eu respondi baixinho, e ela olhou-me carinhosa. - Sem nos preocuparmos com o que acontece além daqui. Somente eu e você.

-Larissa: Podemos mesmo fazer isso? - ela questionou duvidosa, baixinho e eu assenti.

-Ohana: Podemos. - toquei seu rosto com sutileza e ela sorriu pelo contato. - Juro que podemos.

Larissa assentiu milimetricamente, antes de inclinar-se o suficiente para selar-me um beijinho no canto da boca. Quando ela almejou se afastar, levei a mão até sua nuca, puxando-a de volta pra mim. Selando-lhe os lábios com sentimento, intensamente, prosseguindo de um selinho para um beijo demorado e extremamente bom.

(...)

Depois de ligar o aquecedor em toda a casa, o que de fato já deveríamos ter feito a horas, acomodei-me com ela no sofá da sala. As vidraças que tomavam parte do cômodo, davam visão para o lago escuro nesse momento. Já era madrugada, entretanto estávamos sem sono, além de bem cansadas. Eu não queria beber ou comemorar meu aniversário, isso não fazia sentido a um tempinho, acho que só queria ficar ali com ela em silêncio.

-Larissa: Por que você é tão cheirosa? - ela questionou inquieta com falsa frustração. - Está me viciando nesse cheiro.

-Ohana: Ah que bom! - fui sincera e ela sorriu, escondendo o rosto em meu pescoço e abraçando minha cintura, por mais que estivéssemos sentadas lado a lado.

-Larissa: Ei... eu sei que eu não disse nada... - ela voltou no assunto da minha declaração, e eu respirei fundo. Larissa colocou uma das pernas sobre as minhas e deitou a cabeça em meu peito, senti seus dedos macios tocarem minha clavícula em um carinho vagaroso. - Gosto de você Ohana.

-Ohana: Gosta? - questionei baixinho, sorrindo ladina.

-Larissa: Não... eu... - ela gaguejou. - Eu me apaixonei por você, mas ainda acho isso errado.

-Ohana: Por que?

-Larissa: Porque não se pode desejar o que não pode ter, não é? - ela olhou-me paciente, seus olhinhos brilhavam e transpareciam tristeza.

Sentei-me corretamente instantaneamente e ela levou-se a fazer o mesmo. Larissa fitou as próprias mãos e pela primeira vez na vida, a vi se intimidar com um olhar meu quando tentou encarar-me. Ela entrelaçou as próprias mãos e permaneceu sem sustentar o olhar, ou mesmo a postura. Estava inquieta.

-Ohana: Ei... - chamei baixinho, sorrindo, pondo-lhe alguns dos fios atrás da orelha. - Quem disse que não pode ter?

-Larissa: Minha insegurança, meu trabalho... meu aspecto de vida, minha rotina. - ela especificou suas razões rapidamente. - Os desejos do seu pai.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora