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Ohana:

Ainda era madrugada, Larissa tinha ido tomar banho e Joe agora realizava alguns trabalhos. Eu estava em casa, e me sentia segura o suficiente para ir até o meu lugar preferido daquele âmbito, o lugar que dava acesso a água. Eu gostava de observar o mar, a lua, e sentir a brisa.

A noite estava mais que linda. A brisa era gélida, o mar estava agitado, e a lua parecia brilhar como nunca. Era uma das raras vezes em que eu me colocava a ir até lá, e Blake, o cachorro do papai, não seguia-me.

Eu sentia um pouquinho de frio, mas levei-me a abraçar meu próprio corpo, enquanto sentada ali sozinha. De frente para o mar.

-Antônio: O que faz aqui sozinha? - ouvi a voz do cazaque soar doce. E um sorriso ladino habitar seus lábios.

-Ohana: Gosto da vista. - respondi-o, convicta.

Mas eu sentia-me medianamente insegura perto dele. Agora que sozinha, eu percebia isso. Era incrível como ele sempre vinha quando eu estava sozinha, em lugares monótonos como aquele. Eu não me sentia observada, aparentemente ele fazia isso muito bem.

-Antônio: É uma vista bem bonita. - ele sentou-se ao meu lado. - Bem mais bonita sem aquela ruiva o tempo todo por aqui...

-Ohana: Ela é uma boa pessoa. - eu disse rapidamente e ele me olhou na mesma velocidade. - Não fala dela assim.

-Antônio: Ou o que? - ele questionou-me em um sussurro. - Ela não está aqui mesmo.

O sorriso a surgir entre seus lábios, era de longe um dos mais gélidos que eu já tinha visto. Seus olhos escuros e opacos, traziam-me medo. Seu rosto pálido, e o jeito maçante que agora carregava, dava-me ideia de uma personalidade nunca vista. Eu estava diante de alguém que verdadeiramente não conhecia... e o pior... eu estava sozinha.

-Ohana: O que quis dizer com isso? - questionei em instância, afastando-me um pouquinho no assento.

-Antônio: Compreenda como quiser... - ele soltou em um sussurro, deixando ecoar uma risada maquiavélica, baixinha.

Antônio outra vez colocou-se mais próximo, arrastando-se no banco e sentando-se outra vez ao meu lado. Sua mão tocou minha perna e eu senti o enojar tomar meu corpo. Tentei levantar-me rapidamente, mas seu puxar-me para o banco com brusquidão foi mais forte.

-Larissa: O que acha que está fazendo? - ouvi a voz ríspida e calma da ruiva soar, enquanto ela descia as escadas.

-Antônio: Eu não fiz nada! - ele colocou-se de pé, pondo-se a reagir como o mentiroso que era.

-Larissa: Eu vi você tocar a perna dela... - a vi tirar do bolso um conhecido "soco-inglês" - E sabe, suposto cazaque... eu não gosto que toquem nela.

Joe passou a descer as escadas em passos rápidos com mais dois homens, e vi o jovem homem engolir em seco. Larissa estava na frente, vinha em passos rápidos para ele, e eu me afastava dele em passos vagarosos. Eu não sabia o que ele tinha a esconder, ou o que podia fazer.

-Joe: Deixem. - ele soou rude quando seus homens tentaram proteger o cazaque, visto que, ele era um escolhido pelo papai. - Deixem ela... - ele sorriu orgulhoso e eu engoli em seco.

Ela o empurrou contra a parede, e Joe aproximou-se repousando as mãos em meus ombros. Aquilo claramente não seria nada legal de assistir.

-Antônio: Eu não fiz nada! - ele repetiu o dito, e ela pouco se importou, levando-se a soca-lo as costelas direitas.

-Larissa: Seu depravado de merda! - ouvi a voz dela soar calma, e o grunhir dele em dor quando o soco- -inglês acertou-lhe outra vez abaixo das costelas.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora