Ohana:
Eu confesso que já havia beijado algumas mulheres, e dentre essas, não eram muitas. Mas isso nunca tinha se estendido, eu nunca tinha ido a cama com nenhuma delas. E... por mais que a beleza de Larissa me chamasse grandiosa atenção, e sentisse uma baita vontade de rouba-la um beijo... eu compreendia que isso pra ela era novo, no fundo talvez ela quisesse um pouco, mas ainda não lhe parecia concreto.
E em princípio, ela tinha de prezar por estar discreta. Visto que, seu único dever ali era manter minha segurança, invés de alimentar minha carência.
Mas não arrisquei por fazê-la descobrir.
Conversamos por boa parte da madrugada, e eu acabei descobrindo que ela tinha um irmãozinho de 12 anos, que a mãe estava endividada, e essa era uma das causas pelas quais se mudou para o México, e depois que meu pai ofereceu-lhe inúmeros trabalhos, e a ensinou sobre tudo... finalmente vivia pelas redondezas de San Diego. Ademais, conseguia ao menos pagar as despesas da mãe, garantindo-a mais tempo para quitar as dívidas. As coisas pareciam muito difíceis, e seu jeito exalava isso.
-Ohana: Sente saudade? - questionei paciente e ela sorriu ladina, movendo a cabeça em negação. O que me surpreendeu.
-Larissa: Já tive oportunidade de voltar, mas não... não quero. - disse baixinho, enquanto fitava os próprios pés. Ainda com eles imersos. - Não tenho uma relação boa com a minha mãe, por mais que eu a ajude.
-Ohana: Ah... sinto muito. - eu disse surpreendida, e com pesar, não queria mesmo que ela relembrasse daquilo. Seja lá o que fosse.
-Larissa: Ela é o tipo de mãe amorosa e que faz de tudo pelos filhos. Por outro lado... ela é uma alucinada de merda que perdeu o rumo da vida.
-Ohana: Mas ela busca encontrar o caminho de volta? - questionei baixinho.
-Larissa: É... eu acho que sim. - ela afirmou sem muita convicção. Já parecia ter desistido daquilo.
-Ohana: Vai ficar tudo bem... - toquei-lhe o ombro e ela olhou-me.
-Larissa: Eu já não sei. - dissera rapidamente.
Levantamos-nos juntas, caminhamos até a área coberta e sentamos-nos na chaise. Ela deitou-se, apoiando-se em algumas almofadas, e eu permaneci sentada.
-Larissa: Faz faculdade de que? - questionou-me.
-Ohana: Direito. - respondi e ela sorriu.
-Larissa: Uma futura advogada... - ela sorriu bobinha, e eu assenti. - Se um dia eu precisar..
-Ohana: Não vai precisar. - a repreendi em instância e ela sorriu. - Mas se por acaso do destino, ocorrer... eu busco você.
-Larissa: Claro... - ela sorriu convencida e eu deixei um leve beliscão em sua perna, a levando a sorrir mais.
Larissa:
Aos poucos ela foi se aproximando, e nem que percebemos. Mas por frações de segundos, ela já se encontrava praticamente sobre mim. Apoiava o peso corpo sobre um dos cotovelos e tinha uma das mãos a tocar minha barriga, enquanto deitada ao meu lado, olhando-me enquanto conversávamos.
Depois de tudo isso, acabei levando-a pra dentro, e a acompanhei até seu quarto. Na manhã seguinte, ela fez como prometido, não importunou-me com saídas bobas ou pedidos idiotas, por mais que eu não odiasse tanto fazê-los para ela.
-Yoseph: Acima de um jantar, é uma reunião de negócios. Eu espero que você fique calada. - ele referiu-se a loira enquanto ambos desciam as escadas, ela quem o seguia.
-Ohana: Caladinha. - ela fez sinal de fechar um zíper, passando o dedo indicador pelos lábios. Levando o pai a revirar os olhos.
-Yoseph: Eu falo sério. - ele soou óbvio, e ela sorriu ladina.
Yoseph passou por mim em passos rápidos, e tudo que dera foi um assentir milimétrico. Eu estava próxima a parede, próxima a entrada da sala de jantar. Ohana passou depois dele, em passos mais vagarosos, e de maneira ousada, levou a mão até minha cintura, arrastando-a por minha barriga e pressionando de leve minha cintura ainda que por cima do vestido justo. Levando-me apenas a sorrir ladina, enquanto ela apenas carregava aquele ar de imbecilidade em expressão.
Segui-os até então, e fitei Diana junto a outros dois funcionários montarem a mesa. Yoseph, servira-se de um velho vinho, com sabor adocicado qual eu nem conhecia. Mas odiava.
-Yoseph: Aceita? - ele questionou a loira, que sentou-se na cadeira a direita da principal, qual geralmente era ocupada por seu pai.
-Ohana: Claro. - ela afirmou.
Por estar mais próxima, ele estendeu a taça a mim, e então caminhei até ela, fazendo o favor. Coloquei a taça sobre a mesa, e discretamente do pai, senti sua mão subir por minha perna, pela lateral, depois pelo interior. Acariciando minha coxa. Senti o leve pressionar e então a olhei, e a vi sorrir. E aí me afastei, antes que seu pai tornasse a atenção a ela.
-Yoseph: Seja compreensiva, não debata com nada, hum? - ele pediu, visto quem era a filha, se era um ótimo conselho.
-Ohana: Claro... e isso me renderá o que? - ela questionou.
-Yoseph: Pensarei sobre isso... - ele respirou fundo. - Apenas seja uma boa menina, eu imploro! - ele pediu-a, e ela sorriu, a medida em que ele revirou os olhos. - Vou a fronteira, cuide-se. Eu chego à noite.
Depois de beber a taça de vinho, Ohana levantou-se da mesa, e seguiu em direção as escadas outra vez. Antes, chamou-me autoritária e eu apenas a segui.
Ohana:
Ela seguiu-me pelo interior da mansão, enquanto me olhava descarada. Eu havia provocado-a muito durante toda a manhã, em cada mínimo e singelo ato. Eu queria algo, e ela sabia disso. Bastou que tivéssemos acesso ao segundo andar e...
Suas mãos apossaram-se da minha cintura assim que adentramos o corredor. Ela colocou-me contra a parede com cuidado, enquanto sorria ladina, após observar em volta e certificar de que estávamos sozinhas naquele âmbito.
-Ohana: Confesso que estava ansiosa por isso... - eu sorri fraco e ela sorriu um pouco mais.
-Larissa: Eu aposto que sim... - eram óbvias, todas as minhas provocações. E ela sabia disso.
A empurrei de leve, e adentrei meu quarto. Um olhar meigo, e de relance, foi o suficiente para que ela entrasse também, e aí eu fechasse a porta. Larissa outra vez colocou-me entre seu corpo e a parede. Tinha cuidado em todos os seus atos, ela não tinha pressa, nem selvageria.
-Ohana: Não vou pedir perdão... - sussurrei-lhe enquanto olhava seus belos olhos castanhos. - Também não me importo se serei perdoada. É algo que quero.
-Larissa: É algo que quero. - ela sussurrou o mesmo.
Ela aproximou-se aos pouquinhos, enquanto eu sentia suas mãos firmes segurarem-me com maior domínio na cintura. Seus lábios macios tocaram os meus, antes que eu tomasse posse deles. Eram amenos, doces e sutis. Seu beijo era vagaroso, na medida certa. Minhas mãos subiram por seu abdômen, até acariciarem-lhe a nuca, enquanto trocávamos selinhos após o finalizar do considerado demorado ato.
Os olhos castanhos outra vez estiveram sobre mim. Nossas respirações eram um pouco descompassadas, dado ao que tínhamos feito. Eu sorri ladina, e ela roubou-me um selinho, me fazendo sorrir mais.
Você nunca esteve no céu, não é? Bem, eu tinha conhecido-o. Mas não pretendia ficar.