Ohana:
Seu cheiro era leve, mas adocicado. Era um cheiro marcante, viciante de certa forma. Eu aconcheguei-me em seus braços por alguns minutos, enquanto permanecia abraçando sua cintura. Senti suas mãos macias acariciarem-me a nuca com um carinho singelo. Não havia maldade em nenhuma das partes.
Ela me deixava segura.
Larissa:
A levei até um restaurante renomado, no centro de San Diego. Ela disse que era seu preferido. A fim da manhã estava nublado, o clima não era nada quente, e o recinto encontrava-se bem reservado. Não estava lotado como de costume.
Eu a acompanhei a sala reservada, enquanto mantinha-me atenta. A garota optou por uma mesa na cobertura, na parte coberta, no fim do terraço. O lugar ficava bem próximo ao parapeito, tínhamos visão do cidade e do quanto ela era movimentada. Os barulhos urbanos não eram tão altos, visto que, o recinto era amplo em e num prédio altíssimo.
Ela fez o pedido e eu permaneci de pé, enquanto olhava-a paciente.
-Ohana: Senta. - ela pediu paciente e eu resisti um pouco. - Vai... senta aí.
Puxei a cadeira, e olhei em volta. Eu não sei era castigo ou uma insistência do universo, mas o maldito garoto estava lá.
-Larissa: Sabia que ele estava aqui? - questionei-a instantaneamente, apontando para Lorenzo, que estava um pouco distante com alguns idiotas, como da primeira vez.
Aparentemente ele só andava com idiotas. E certamente era um.
-Ohana: Eu juro por tudo, que não. - ela respondeu rapidamente, e demostrou surpresa quando viu de quem eu falava. - É sério. Eu não sabia.
Ela permaneceu por me encarar alguns segundos, e eu por observá-la. Eu já conhecia bem todas as suas expressões, desde a dissimulada e cínica, até a qual estava sendo seriamente sincera.
-Ohana: Ele não me incomoda nem um pouco. - ela disse com exacerbada confiança. - Incomoda você?
-Larissa: Não. - respondi convincente, mas inquieta.
-Ohana: Ótimo. - ela sorriu ladina. - Porque eu não menti a você quando disse a razão por ter encontrado-o no meu armário.
Ohana:
-Larissa: Não quebre minha confiança. - ela salientou o dito. - Eu zelo por você, mas trabalho pro seu pai. E eu juro que se ele pedir... eu estouro a cabeça desse imbecíl, sem pensar duas vezes.
-Ohana: Você não mente pra mim... e eu não minto pra você. - eu soei calma. - Satisfeita?
-Larissa: Acho que sim. - respondeu-me rapidamente.
Ela permaneceu me olhando descaradamente, vez ou outra semicerrado. Enquanto eu bebia uma água gaseificada com limão. Eu sorria vez ou outra do seu jeito, ela dizia que não incomodava, mas no fundo eu sabia que incomodava sim. Não por termos nos beijado ou pela conexão que vínhamos tendo, não era nada disso. Ela o tipo de mercenária obcecada, que finalizava bem o trabalho, e eu já sabia disso.
-Ohana: Por que odeia ele? - questionei curiosa, de fato.
-Larissa: Não é óbvio? - ela questionou com expressar de surpresa.
-Ohana: Pra mim... não. - respondi-a, antes de levar a taça outra vez aos lábios.
-Larissa: Aquele demente tem a idade mental de uma criança de 12 anos no auge da puberdade... olha! - ela apontou para ele, que ria com os amigos e conversavam em escândalo. - Você ainda me pergunta o motivo?