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Ohana:

Ela acabou ficando ali comigo por um grandioso tempo, eu diria que até o amanhecer. Apenas deitada ao meu lado, enquanto ambas olhávamos para o teto e conversávamos sobre diversos assuntos. Sobre a minha vida, em específico. Ela questionou como havia sido minha infância, e eu contei a ela histórias de momentos nos quais eu amava recordar. Era bom tê-la como amiga, ela não me via só como uma diversão sexual.

-Larissa: Quando perdeu sua mãe? - ela tocou em um assunto delicado, mas não para aquele momento. Eu sentia-me confortável em compartilhar com ela.

-Ohana: Eu tinha quatro anos. - disse baixinho. - Ela... ela era a mulher mais linda que eu já tinha visto. - eu sorri inevitavelmente. - Eu gostava dos olhos dela... do cabelo, da face.

-Larissa: Foi difícil... - ela presumiu baixinho e eu assenti.

Senti sua mão segurar a minha, no centro da cama enquanto ambas ainda fitávamos o teto.

-Ohana: Muito. - eu disse baixinho. - Eu acho que... morri um pouco naquele dia.

-Larissa: Mas tem sido forte, Ohana. - disse-me paciente. - Muito... acredite.

-Ohana: Não acho isso. - confessei. - Passei a vida toda buscando obsessão atrás de obsessão, que me destruíram lentamente. Mas eu gostava. Ajudava passar o tempo...

-Larissa: É compreensivo. - ela disse em um sussurro. - As vezes nos apegamos as coisas. - ela respirou fundo. - Parece que melhoram outras...

Ela olhou-me e seus dedos entrelaçaram-se aos meus. Larissa puxou-me para perto dela, eu deitei a cabeça em seu peito e agarrei-lhe a cintura.

-Ohana: Obrigada por cuidar de mim. - eu disse grata.

-Larissa: Eu vou fazer isso até quando me for suportável.

(...)

Fomos ao resort como cominado, Larissa se manteve todo tempo ao lado do meu pai, agindo da maneira como ele havia pedido. Não foram percebidos, e isso foi mais que bom. Ele conseguiu o que queria, e então tornamos ao estacionamento.

Papai caminhava ao meu lado, junto também, com Gregory.

-Ohana: Vamos demorar muito com os italianos? - questionei cansada.

-Yoseph: Um pouco. - ele sorriu. - Preciso que mantenha o jovem Martinelli entretido outra vez.

-Ohana: Ele é meio... - eu busquei palavras.

-Larissa: Inconveniente. - a ruiva respondeu por mim. E eu sorri ladina, ela o odiava.

-Yoseph: Sendo filho de quem é... - ele fez alusão a Thomáz. - Não precisa gostar dele, mas o iluda. Você é boa nisso.

Aquele dito fez Larissa olhar-me instantaneamente, e logo desviar o olhar engolindo em seco. Entreguei a ela as chaves do Audi, e então ela dirigiu até uma mansão no Sul de Tijuana, era pertencente aos italianos. Papai conversou com Thomáz por um tempinho, e eu fiquei enrolando o bendito garoto. Mas confesso, ele era bem bonito, além de ser simpatizante mesmo que levemente inconveniente.

-Martinelli: Aceita uma dose de Vodka pura? - ele questionou-me paciente, educado e gentil.

-Ohana: Eu diria que é um pouco demais para o meu paladar. - sorri ladina, e ele olhou-me antes de sorrir.

-Martinelli: O que prefere?

-Ohana: Algo com menos teor. - soei e ele pareceu pensativo.

-Martinelli: Um vinho então? Como da última vez?

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora