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Semanas após o réveillon...

Ohana:

Naquele início de noite, depois que cheguei do hospital com Larissa, pois tínhamos ido fazer a retirada do gesso, Stevan frequentou nossa casa. Era o advogado primordial da nossa família, um criminalista excepcional, odiado em todos os  tribunais de justiça, que estendiam-se do sul dos EUA, ao México. Simplesmente, por ganhar 90% dos casos. Papai discutiu com ele alguns assuntos, claro, era tudo muito bem pensado, para caso houvesse algum imprevisto.

E naquele curto espaço de tempo, Larissa e eu ficamos na sala de jogos, próximo ao escritório. Tínhamos ouvido o bater da porta, e os passos firmes, enquanto os dois conversavam, passando pelo corredor e indo em direção as escadas que levavam para o térreo da casa.

-Larissa: Se algo acontecesse comigo... cuidaria do Miguel por mim? - ela perguntou baixinho e eu assenti milimetricamente.

-Ohana: Eu cuidaria dele até você voltar para mim.

-Larissa: E se eu não voltasse? - ela questionou baixinho. Estando sentada ao meu lado.

-Ohana: Então eu o cuidaria até quando ele me deixasse fazer isso, daria a ele os ensinamentos pelo qual você preza, e o ensinaria a ser um bom homem. - fui sincera, e senti seu rostinho deitar-se em meu ombro.

Larissa pareceu mais tranquila, e então puxei-a para deitar a cabeça em minhas pernas. Levei as mãos aos seus fios ruivos e senti o quanto eram sedosos. Brilhavam, eram bem hidratados e fortes.

-Ohana: Meu amor... - chamei baixinho e ela resmungou, como se pedisse que eu continuasse. - Nossas vidas não são estáveis, sabemos disso. Eu não posso romantizar nossa realidade e o que cometemos continuamente... o que acha de darmos entrada em algumas papeladas para o Miguel?

-Larissa: Conta bancária? - questionou.

-Ohana: Uma poupança, da qual ele só possa usufruir quando passar da maioridade. No caso, 21 anos. Podemos deixar o dinheiro rendendo, quando ele chegar aos 21, terá um valor ótimo. - citei a idade prezada nos EUA. - Compramos um apartamento, ou uma casa... e deixamos no nome dele também. Isso vai assegurar um futuro, qual não sabemos se estaremos presentes.

Ela pareceu pensativa, e então assentiu. Eu sabia o quanto Miguel significava para ela, portanto, sugeri a ela, o que no meu ponto de vista, faria se fosse meu filho ou meus irmãos.

-Larissa: Stevan faria isso?

-Ohana: Stevan não... - eu disse paciente. - Carina Liberato, uma amiga... de infância. - eu disse-lhe com demasiada segurança.

-Larissa: Podemos marcar com ela?

-Ohana: Vou ligar amanhã pela manhã, e aí reservo uma reunião com ela, hum?

-Larissa: Tudo bem.

A ruiva sentou-se e eu sorri ladina, ela aproximou-se e deixou um selinho em meus lábios. E sussurrou um baixíssimo: "Obrigada, amor da minha vida!".

(...)

Larissa:

Era por volta das 10:00, eu havia ido buscá-lo no treino, Yoseph havia levado-o e o acompanhado durante todo o treino, mas precisava seguir para um assunto pessoal. O garoto entrou no carro, de banho tomado e roupas limpas, jogou a mochila com os itens no banco de trás e então olhou-me.

-Miguel: O que? - questionou.

Levei o indicador a afastar alguns fios molhados do seu rosto, e sorri forçado. Ele revirou os olhos e respirou fundo. Inclinou-se e deixou um beijo em minha bochecha, antes que eu ligasse o carro. Dirigi de volta para casa, o ajudei a colocar as roupas do treino na área de lavagem e posteriormente fomos para o deck na praia, e então nos acomodados no mesmo sofá.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora