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Gregory:

Eu já estava conformado de que provavelmente morreria numa cadeia estadual. Mas não me conformava de saber que talvez Larissa nunca veria o rosto do bebê que tanto sonhou em ter com minha irmã. E aquilo me causava ainda mais ódio, por quem quer que tivesse feito aquilo conosco. Alguém tinha nos entregado, e eu descobriria quem.

Papai não podia deixar-nos assim na mão, eu tinha avisado-o tanto de sempre mandar uma equipe de supervisão para quando fôssemos fazer negociações do tipo. Talvez se ele tivesse me ouvido, aquele carro de transporte já teria sido parado, e os nossos estariam tirando-nos dali. Ainda que vivêssemos como foragidos, seria bem melhor do que apodrecer em uma cela imunda nas prisão de San Diego.

A todo momento eu pedia a mim mesmo, que o papai tivesse me ouvido. Aquela era nossa única e última chance.

Passei alguns longos minutos ali sentado, algemado naquele carro de transporte de presos, sozinho. Estavam levando-nos para serem fichados, e sequencialmente seríamos levados aos presídios.

Avistei pelas duas pequenas janelas e vi apenas o asfalto escuro. Era noite e talvez quando descobrissem que estávamos ali, já fosse tarde. A polícia era miliciana, o mundo era como uma árvore de maçãs, cheia de maçãs podres. E maçãs podres, estavam por todos os lados, até mesmo em policiais corruptos.

Ohana:

Meu coração acelerou quando Miguel adentrou meu quarto, segurando o celular em mãos, mostrando-me uma matéria onde aparecia o vídeo da minha esposa algemada sendo levada para um camburão do FBI.

-Miguel: O que vai acontecer com ela? - ele me questionou choroso e eu engoli em seco, sentindo minha pressão cair aos poucos. - O que vai acontecer com a gente?

-Ohana: Vou tirá-la de lá, hum? - foi tudo que consegui dizer a ele, antes de puxa-lo para mim e o abraçá-lo.

Por tudo de mais bom que eu já tinha feito, eu implorava agora que houvesse um Deus, ou qualquer ser no universo que fosse capaz de me dar sanidade pra agir com isso. Eu sabia que Larissa não podia parar naquele registro de presidiários, muito menos numa cadeia corrupta, onde ela seria assassinada até mesmo em troca de um sabonete para uma presa mais antiga. O sistema era errôneo, era precário, e mortes assim ocorriam a todo tempo. Ainda mais com ela, que tinha inúmeros inimigos.

-Ohana: Quero que desça as escadas e chame o Vicente, hum? - pedi a ele e ele assentiu, ainda choroso.

Corri pelas escadas, até chegar ao andar principal. Coloquei meu notebook sobre a mesa central da sala de jantar, e tive o olhar de toda minha família sobre mim.

-Yoseph: Vamos dar um jeito, hum?

-Ohana: Eu vou dar um jeito. - respondi-o imediatamente. - Vou tirar minha esposa de lá, e depois que eu tirá-la, vamos para um país sem extradição.

-Yoseph: E o meu neto... neta? - ele questionou, pondo-se de pé.

-Ohana: Ela é mãe dessa criança, somos uma família. E não há nada no mundo que mudará isso, nem você, e nem qualquer medida legal.

Joe aproximou-se de mim e tocou meu ombro, assentindo milimetricamente, como se estivesse ali disposto para fazer o que quer que eu lhe pedisse. Viviane sorriu ladina com os olhos marejados, e eu soube que tinha o apoio deles.

-Yoseph: Use o que precisar, tire seu irmão e ela das mãos deles. Nos mudaremos todos assim que eles estiverem em segurança, temos uma ilha nas Filipinas, é um país sem extradição americana, isso servirá por alguns dias antes que arranjemos algo mais seguro. Vou entrar em contato com nossa equipe de voo, faremos isso sem alarde algum.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora