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Ohana:

Como uma ação tão espontânea minha tinha levado-nos aquilo? Meu coração batia rapidamente, em uma adrenalina incessante, a proporção em que minha pele arrepiava-se por inteira. Senti o contato da mão macia e gélida de Viviane, e rapidamente engoli em seco.

-Larissa: A lealdade é a mais alta moeda que temos. - ela repetira o ditado comumente usado por nós. - Seja leal à mim... como fui a você por todos esses anos. Honre a sua promessa.

-Yoseph: Sou um Lefundes, vou cumpri-la. - ele disse depois de longos segundos em silêncio.

Vi meu pai respirar fundo e esboçar um sorrisinho ladino. Ele fitou-a nos olhos por mais alguns segundos, antes de segura-lá o rosto entre as duas mãos, e deixar-lhe um beijo demorado na testa.

-Yoseph: Você será uma Lefundes, muito em breve. - ele dissera baixinho, paciente e cheio de orgulho. Eu podia ver.

Larissa sorriu ladina, e outra vez meu pai selou-lhe um beijo na testa. Permanecíamos a sós naquela grandiosa cobertura, em família. Eu, minha aparente noiva e Viviane, gestante.

-Yoseph: Desfrutará das nossas honras, sentará e nossa mesa e ordenará como nós ordenamos. - ele disse-a paciente. - Será finalmente uma de nós. Meus laços com você sempre foram vividos, e passarão a ser mais do que nunca.

Senti um imenso alívio enquanto observava tudo aquilo atônita, só me dei conta de que chorava silenciosamente quando Viviane levou as costas da mão direita a enxugar meu rosto delicadamente. Papai aproximou-se de mim e deixou um beijo em minha bochecha.

Meu pai pediu que Viviane ajudasse Larissa a ir para o quarto, pois queria falar comigo a sós.

-Larissa: Posso dar um beijinho antes? - ela olhou-o e ele levou a mão ao rosto.

-Yoseph: Aí você já está querendo de mais, não acha não? - ele questionou e eu sorri ladina.

(...)

-Ohana: Tínhamos muito medo da sua reação, muito mesmo.

-Yoseph: Estavam certas em ter, eu provavelmente a quebraria inteirinha se isso fosse dito antes de tudo que aconteceu. - ele respaldou, levando a mão a buscar seu copo com whisky sobre a mesa de jantar. - Nunca achei que alguém seria o suficiente pra você. É como se... eu colocasse você em um pedestal inalcançável, que ninguém nunca seria capaz de suprir. Você é minha garotinha, Ohana, sempre será.

-Ohana: Essa sua possessão me faz ter medo as vezes... - aproveitei para informá-lo disto.

-Yoseph: Eu sei. Tento mudá-la. - ele disse baixinho. - Mas é que... toda vez que olho pra você... - ele dissera baixinho, rouco e eu o interrompi.

-Ohana: Vê a minha mãe... e tem medo de que eu passe pelos mesmos relacionamentos abusivos que ela passou. - eu disse e ele assentiu milimetricamente, depois de desviar o olhar do meu. Seus olhos marejaram e eu soube que aquele ainda era-lhe um ponto delicado.

-Yoseph: Eu ainda a amo da mesma maneira. - ele dissera baixinho. - Acho que sempre vou amar... por quem ela foi, até o último dia.

-Ohana: É compreensível. - eu o acalentei paciente. - Hum?

-Yoseph: Ver que Larissa daria a vida pela sua segurança, me faz ter convicção de que ela é a melhor pessoa pra você. - ele salientou. - Ela já sofreu muito... hum? E agora, tudo que passou... só fixa ainda mais o quanto ela é leal. Que cuidará bem de você. São raras as pessoas que aceitariam ser espancadas, queimadas, torturadas tendo o rosto enfiado em uma caixa de água, por quase 50 horas... sequenciais. Por alguém que amam.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora