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Ohana:

Sentamos a mesa reservada, no centro do grandioso e refinado restaurante. Era notório que aquele espaço era conhecido pelo turismo entre os de alto patamar, e bem, não nos diferíamos deles nem um pouco. Papai pediu as entradas e uma garrafa de champanhe, qual logo todos fomos servidos pelo garçom em especial, nosso. Éramos de uma família de boa reputação socialmente, mas "por baixo dos panos" éramos os consideráveis "demônios na terra". Qualquer um servindo nossos pratos e copos, não era aceitável.

-Larissa: Tem italianos por aqui? - ela questionou baixinho, olhando meu pai nos olhos. Qual estava sentado ao seu lado esquerdo.

-Yoseph: Assim como estamos por toda parte, eles também estão. - ele respondeu paciente, e vi Larissa olhar em volta.

-Larissa: O loiro... - ela disse, olhando discretamente um rapaz que passaria completamente despercebido. - Já o vi, quando me mandou ao bunker italiano para pegar o pequeno Martinelli. - ela referiu-se ao garotinho, caçula de Thomáz.

-Ohana: Quer que eu mande tirar ele daqui? - perguntei um pouco preocupada, ela não implicaria com alguém do nada.

-Larissa: Não. - ela respondeu-me baixinho. - Está tudo bem, eu juro.

Levei em consideração que talvez fosse somente uma insegurança de sua parte, visto tudo que tinha passado nas mãos daqueles "animais". Papai manteve-se atento, Larissa não era querida em meio a eles. Ainda que tivéssemos acordos, eram malditos oportunistas, levariam aqueles ao pé da letra somente até onde quisessem.

-Ohana: Me da a mão. - pedi paciente, queria mostrar a ela que estava mais que segura.

Guiei a mão de Larissa pelo interior do vestido longo que usava, o mesmo possuía uma fenda lateral. Repousei sua mão sobre minha coxa e fui guiando-a descer um pouco, até que esta tocasse o coldre.

-Ohana: Hum? - sorri ladina. - Não vamos permitir que ninguém chegue perto de você.

-Larissa: Não pode controlar o mundo, Ohana... - ela repetiu o que muitos me diziam.

-Ohana: Eu sei, meu bem. - fui sincera. - E é por isso que dessa vez não permiti ao meu pai que ficássemos somente em família. - salientei, antes de olhar em pontos específicos, fazendo-a seguir meu olhar e identificar os nossos homens.

Larissa era uma tremenda filha da puta, uma assassina maldita. Mas era minha. E se era minha, ninguém iria tocar.

Larissa sorriu ladina e pareceu mais aliviada. Então eu soube que poderia ficar um pouco mais tranquila. Bebemos algumas outras garrafas de champanhe enquanto esperávamos o jantar, que aparentemente vinha demorando. Papai agora conversava com um velho amigo, que sorria demasiadamente orgulhoso pela presença dele. Alejandro era sempre bem vindo.

-Alejandro: Pareces com uma moça... que vi a um tempo. - ele dissera paciente, depois de ficarmos em silêncio e ele passar alguns minutos olhando-a.

-Larissa: Santo Deus... - a vi reclamar baixinho, quase inaudível.

Ela sinceramente não era uma santa, em todo canto errado que se andava, havia alguém que recordava-se das maldades que tinha cometido. Alejandro estava bem próximo, tanto, que foi suficiente para tornar sua aparência, uma convicção. Vi o velho homem erguer a destra, e simular a cobertura do rosto de Larissa. Ele ergueu-a até a altura do nariz, como se pudesse visualiza-la antigamente, somente os olhos por trás de algo que cobrisse seu rosto.

-Alejandro: São seus olhos... - ele sorriu ladino. - Procurei por isto... muito tempo.

-Larissa: Ainda estou presa na sua memória? - ela questionou sorrindo ladina, levando a mão a taça de champanhe, antes de ingerir outra vez.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora