24

1.1K 85 17
                                    

Larissa:

Ela ainda olhava-me semicerrado, e eu sentia um arrepio tomar-me o corpo. Era como se aquele jeito todo, repreendesse-me por tal ato de forma extremamente severa. E de fato era. Por que havia tantas limitações entre nós?

-Ohana: O que? - ela questionou inquieta quando eu sorri ladina.

-Larissa: Não é nada... - eu tentei omitir e ela encarou-me. - Ok... é só que, você é possessiva.

-Ohana: Ótimo. - ela sorriu fraco, como se não se importasse.

-Larissa: Vem aqui garota... - a puxei pelo punho quando ela tentou caminhar na frente e me deixar para trás.

-Ohana: Eu só cuidei do que é meu. - ela disse em um sussurro possessivo.

Eu podia ver sua pupila dilatada, seus lumes mais castanhos, ofuscados. A pele bronzeada, os lábios róseos e as minúsculas tatuagens que tinha pelo corpo. Fitei-lhe por inteira, e acabei por morder o cantinho do lábio, antes de sorrir. Ohana outra vez deu passos à frente, e eu segui-a ainda um pouquinho mais atrás, enquanto sorria vez ou outra da sua inquietude pela minha ausência de insistência.

Depois que entramos no carro, mantive ele ligado por alguns minutos enquanto olhava pra ela.

-Ohana: Vai ficar me olhando? - ela questionou sorrindo.

-Larissa: Você sempre sorri quando te encaro por estar brava... - pontuei e ela revirou os olhos.

Ohana desligou o carro e tirou a chave da ignição. Observei-a por um tempinho e a vi respirar fundo, depois de desviar o olhar do meu.

-Larissa: Não olhei por mal. - salientei assim que toquei sua mão. - Olha pra mim...

-Ohana: Você sabe que eu não gosto. - ela confessou inquieta.

Inclinei-me para buscá-la um selinho e ela desviou o rosto, outra vez me peguei sorrindo. Levei a mão até sua coxa, e olhei-a de pertinho.

-Larissa: Sabe... - sussurrei e ela pareceu atenta. - Eu gosto dessa sua possessividade...

-Ohana: Para de gracinha. - ela soou ríspida, segurando-me o queixo. Ela apertou, induzindo-me a ir para mais perto.

-Larissa: Eu sou sua. - salientei baixinho, em uma confissão interna que eu já guardava a um tempinho, e ela sustentou o olhar sobre mim. - Só sua.

Ohana:

Havíamos feito muitas coisas naquela manhã, e todas elas referiam-se ao meu aniversário no fim de semana. No momento, eu me encontrava no alto da cobertura de uma casa de praia do papai, as meninas dividiam uma garrafa de whisky enquanto ouviam uma música. Por vez, eu me mantinha um pouquinho mais afastada.

-Larissa: Tudo bem se quiser ir ficar com elas... - a ruiva disse baixinho, enquanto eu estava deitada com a cabeça em suas pernas.

Eu ainda me corroía com o surto interno por ter sentido ciúmes dela. Mas era exigente em mim, a privatização por ela. Eu não queria dividi-la com ninguém mais. Sentei-me com cuidado, sendo confortada nos braços dela. Ela abraçava minha cintura, enquanto eu encostava-me nela.

-Ohana: Quero ficar com você. - eu disse sincera.

Podíamos sentir a brisa gélida, mas seu corpo me aquecia. Acabei por entrelaçar uma das minhas mãos, na sua. Podíamos ver o mar através do parapeito, a água era cristalina e uma das nossas lanchas ainda estavam lá.

Gregory

Já estávamos todos em casa outra vez, e o papai também. Entretanto, agora eu estava a sós com Ohana na área aberta da mansão, qual dava acesso ao mar. Era início de noite, estava frio, e as ondas faziam demasiado barulho contra a costa. Larissa apenas observava-nos quieta.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora