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Larissa:

Algumas horas depois e eu estava nua em sua cama, no bendito apartamento, distante do conhecimento do seu pai. Cobria minha nudez com o lençol ao redor do corpo, sentada a cama, enquanto podia observar apenas a luz acessa do banheiro na pequena fresta da porta. Eu ainda me pegava em confusão.

-Ohana: Está tudo bem? - fui tirada do transe, pela dona das minha dúvidas.

-Larissa: É... - eu gaguejei. - Como foi tão fácil sairmos... hum?

-Ohana: Está sugerindo que eu fiz algo? - ela rebateu rapidamente.

-Larissa: Não... Ohana. - eu disse sem muita convicção e ela respirou fundo. - É só que... foi estranho tudo isso.

-Ohana: E acha que fui eu?

-Larissa: Você estava irritada, não sei. Pode ter passado do limite, hum? Só por um segundo isso te pareceu certo. - sugeri e ela revirou os olhos. - Só... me conta a verdade...

-Ohana: Quer a verdade? - ela sorriu ladina extremamente irritada e eu temia que tivesse presumido algo muito errado. - Cuidei de você.

-Larissa: Eu não discordo de que tenha feito isso. - fui paciente com ela. - Hum? Não mesmo.

-Ohana: Não denunciei o meu pai, se é isso que acha.

-Larissa: Tudo bem. - foi convicta.

-Ohana: Tudo bem? - ela questionou impaciente.

-Larissa: Se você diz que não fez isso, então acredito que não fez. - fui sincera. - Eu só tive dúvidas e você me esclareceu.

Ohana saiu do quarto com pressa e eu rapidamente levantei da cama, peguei um dos seus moletons jogados ao chão depois de vestir minha calcinha apressadamente. Fui caminhando pelo apartamento enquanto vestia o maldito moletom, e quando a alcancei na cozinha, segurei-a pelo punho.

-Larissa: Não vai ficar brava comigo, vai? - perguntei baixinho.

-Ohana: Um pouco. - ela foi sincera. - Me solta. - ela afastou-se com brusquidão.

-Larissa: Ohana... - chamei chateada.

Encostei-me no balcão e cruzei os braços enquanto a observava buscar uma garrafinha descartável de atura na geladeira bem a minha frente. A vi inclinar-se pra frente e inevitavelmente meus olhos foram pra sua bunda. E quando percebeu, ela inevitavelmente sorriu.

-Larissa: Para... - segurei-a pelo punho. - Olha pra mim...

-Ohana: Relaxa, hum? - ela disse depois de respirar fundo.

Ohana ficou bem próxima, apoiou as mãos sobre o balcão, bem próximas a minha cintura. Eu podia sentir suas pernas juntas as minhas, e ter o seu rosto perto.

-Ohana: Você só... feriu o ego da criança mimada que habita em mim. - ela respaldou. - Vai passar.

-Larissa: Só... achei que tivesse se incomodado com nossa situação atual.

-Ohana: Quer dizer sobre as ameaças que fiz ao meu pai? - ela questionou e eu assenti sorrindo sem graça. - Eu faria algo, se ele voltasse a te tratar com tanto desprezo. Mas não fiz, porque ele não te tratou assim.

-Larissa: Ohana... ele é sua família. - eu me senti insegura.

-Ohana: E você... me mostrou um lado diferente do significado "família". Me mostrou que podemos ir muito além, até contra a própria família. - ela disse após parecer pensativa.

Toquei seu rosto com carinho e ela tornou a olhar em meus olhos, com uma pureza inigualável.

-Ohana: Não ficou claro ainda? - ela questionou baixinho e eu engoli em seco. - Conversamos sobre tudo naquele dia, como pode ainda ter dúvidas sobre os meus sentimentos?

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora