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Larissa:

Me dei por conta de que era manhã, quando o infeliz passou pela porta. Ele tinha algumas sacolas em mãos, parecia mais paciente ainda que fosse um rude e ignorante.

-Otto: Como se sente? - questionou a mim, enquanto passou a sentar-se na cadeira qual eu fui algemada antes, para que ele torturasse a mim.

-Larissa: Bem. - respondi irônica. - Sabe... é como acordar em Paris e ver a torre Eiffel do quarto.

-Otto: Que bom que se sente assim! - ele disse idiota.

O observei me olhar e então ele aproximou-se de mim. Eu permaneci sentada no colchão ao chão, tendo minhas mãos presas a uma algema, que se estendia por uma corrente fixada ao concreto. Não havia hipótese para que eu o sufocasse ali, a corrente era muito curta, eu nem conseguia ficar de pé tendo minhas mãos presas a ela.

-Otto: Trouxe comida pra você. - ele disse paciente.

-Larissa: Vai me deixar observá-las ou vai me dar logo? - questionei direta.

-Otto: A agente Madison e o filho dela foram sequestrados ontem a noite, o garoto foi sequestrado na saída da escola, e a casa da agente foi encontrada completamente destruída essa manhã, quando ela não compareceu ao trabalho. - ele contou-me, e eu me senti bem naquele momento. Aquela vadia merecia. - Você sabe quem fez isso por você... me conte, e eu te dou tudo isso. - ele mostrou-me a sacola.

Eu estava com uma fome terrível, tanta, que minha boca salivava só por imaginar o que tinha além daquelas sacolas. E então ele passou a tirar, item por item, me hipnotizando cada vez mais.

-Otto: Um nome... e isso tudo é seu.

-Larissa: Ele me mataria se sonhasse que eu diria. - relutei, e ele sorriu.

-Otto: Ele quem?

Eu precisava comer, aquilo estava me corroendo, meu corpo todo doía e eu me sentia tão culpada. Eu não aguentaria a próxima parte de tortura que ele fizesse, se não me alimentasse.

-Otto: Um dia de descanso, hum? Se me der algo válido. - ele disse paciente e eu o encarei.

-Larissa: E por que eu confiaria em você?

-Otto: Porque você só tem a mim. - ele respaldou e eu me vi pensativa. E se eu só tivesse a ele? A dor e a fome já estavam me consumindo, eu não aguentaria por muito tempo. - Diga.

-Larissa: Eu não sei... se devo fazer isso. - me vi confusa e ele tocou meu ombro com delicadeza.

-Otto: Ele não tem como achar você, ninguém nunca achará. - ele dissera. - Temos prisões como essa em todas as partes do mundo, são tão secretas, que nem o FBI tem acesso. Seja lá o porquê dele ter pegado a Madison, ele nunca terá uma resposta.

Foi ali que me vi sozinha. E se Ohana nunca me achasse? Ainda assim eu morreria protegendo-a.

-Larissa: George. - relatei o nome do mafioso que eu odiava, aquele mesmo do jantar em que Ohana repreendeu-me.

-Otto: George Davis? - ele questionou e eu assenti. Eu precisava comer, e ele precisava de algo. Só que esse algo, nunca seria minha família. Se ele queria me manipular, então eu assumiria o controle.

Otto buscou seu próprio celular no bolso, o vi mexer e buscar uma foto de quem eu não conhecia. Ele estava testando minha lealdade.

-Otto: Esse George Davis? - questionara manipulador.

-Larissa: Esse não é ele. - relatei e ele sorriu ladino. - Esse sim... - apontei quando ele passou as fotos, e ele se viu vitorioso.

-Otto: O que sabe sobre ele? - questionou-me, depois de entregar-me uma recompensa. Um maldito pão com ovos e presunto.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora