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Ohana:

Chovia na madrugada, e eu me mantinha em frente à janela, observando o lado de fora, através das vidraças. Senti mãos geladas apossarem-se dos meus ombros, e um selar sútil foi o suficiente para que eu soubesse de quem se tratava.

-Larissa: A tempestade que habita em você ainda se acalma ao ouvir minha voz? - ela questionou carinhosa.

-Ohana: Todas as vezes. - eu sorri ao sussurrar, era uma das condições qual eu a havia feito-a.

-Larissa: Não consegue dormir? - questionou baixinho e eu assenti, sentindo-me ser abraçada por trás. - Posso fazer alguma coisa pra ajudar com isso?

Podia, ela sabia que podia. Acomodei-me em seus braços enquanto sentia seus dedos deslizarem entre meus fios, fazendo carinho. Eu tinha a cabeça apoiada em seu peito, abraçando-a, a cintura.

-Larissa: Quer ir lá fora? - ela questionou paciente, e eu assenti.

Ainda que fosse muito frio, Larissa nos esquentou abraçando-me, por mais que já usássemos roupas de moletom. Na varanda, ficamos um tempinho, enquanto eu recebia seu carinho inquestionável. Vovó estava levando aquilo bem demais, e eu estava sentindo-me fora de órbita. Devido ao fato de não estar acostumada com todo esse apoio.

-Larissa: Está com medo pelo que?

-Ohana: Não é medo, meu bem... - soei mais carinhosa que o normal. - É só um leve receio, hum? Vai passar.

-Larissas De que? - ela questionou carinhosa e confusa, me levando a respirar fundo.

-Ohana: Inquietude, receio pelo presente. Hum? As coisas nunca estiveram tão bem. É como se... eu sempre esperasse algo ruim, entende?

-Larissa: Não vai haver nada de ruim. - ela sussurrou, colocando-me alguns fios atrás da orelha. - Eu prometo.

(...)

No amanhecer, tomamos café da manhã com minha avó e Bryan. Ele logo foi levado para a escola, e outra vez ficamos sozinhas com a mais velha. Vovó tinha um livro em mãos, usava óculos para leitura e estava completamente atenta ao que fazia. Ergui-me do sofá esterno na área de lazer e busquei Larissa pela mão, entrelaçando-a com a minha. Caminhamos juntas pelo gramado, enquanto observávamos o casarão e a vista proporcionada daquela área.

Larissa:

Eu me mantive silenciosa por todo o tempo, meio que eu ainda vinha me adaptando com nossa pequena liberdade temporária.

-Ohana: Não vou deixar que toquem em você. - ela disse baixinho, estando em minha frente, segurando minhas ambas mãos.

Eu podia ver seus olhos castanhos tão foscos como a noite. O vestido longo e vermelho que usava, demarcava bem seu corpo. Fitei os ombros, o colo, e tornei a olhar-lhe os belos e maravilhosos olhos.

-Larissa: Bem... quando voltarmos... - fui interrompida.

-Ohana: Vou manter minha promessa, Larissa. Aqui ou em qualquer outro lugar. - ela soou convicta e paciente. - Eu juro.

-Larissa: Eu sei... - eu sorri um pouco mais tranquila.

Ohana sorriu ladina, e eu coloquei seus fios atrás da orelha, expondo mais o seu rosto delicado. A vi morder os lábios róseos de leve, e sorrir um pouquinho mais. Estava tímida.

-Ohana: Lembra que falei com Gregory? - ela questionou baixinho e eu assenti. - Precisamos voltar pra casa na próxima semana. Ele disse que as coisas se resolveram rápido de mais entre os italianos e nós. - me vi completamente confusa. - Papai também tem grandes novidades.

Í𝔫𝔣𝔦𝔪𝔬 𝔡𝔢𝔩í𝔯𝔦𝔬 - ᴏʜᴀɴɪᴛᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora