(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Purificado.

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Abri os meus olhos bem devagar, os sentindo cheios de areia ao mesmo tempo em que o tato das minhas mãos sentia a camada aveludada no chão aonde eu estava deitada

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Abri os meus olhos bem devagar, os sentindo cheios de areia ao mesmo tempo em que o tato das minhas mãos sentia a camada aveludada no chão aonde eu estava deitada.

Todas as memórias e lembranças dos últimos dias voltaram para a minha consciência como um raio, me fazendo lembrar exatamente aonde eu estava quando encarei o teto desconhecido da igreja de Gabriel.

Notei a presença de pé ao meu lado e o meu olhar caminhou em sua direção de maneira preguiçosa. Mas se tornou alerta e aturdida quando percebi que se tratava de Lauryn, a minha irmã, ao meu lado e segurando aquela espada de Michonne enquanto a sua expressão esboçava ódio.

Lauryn não disse uma palavra. Ela apenas tinha o rosto modificado como um demônio e empunhava tão fortemente aquela espada a ponto de tornar os nós dos seus dedos esbranquiçados.

Eu tentei me livrar da situação quando me propus a ficar rapidamente de pé, mas o seu golpe tão perto foi totalmente certeiro contra o meu próprio rosto, me fazendo fechar os olhos com medo e esperar o corte fino da lâmina afiada que me ceifaria a vida.

Um grito rouco escapou por meus lábios assim que me sentei e só então percebi que meus olhos se abriram novamente para a realidade. Fazendo uma fisgada de dor sobre o meu seio me lembrar que eu ainda tinha aqueles pontos costurados em minha pele.

Levei uma mão sobre o ferimento por cima do tecido vermelho vinho da camiseta e encarei as minhas botas ao tentar regularizar a minha respiração acelerada e pesada. O meu coração em pânico sacudiu a minha consciência de forma mais real e só então eu notei as pessoas sentadas nos bancos de madeira me olhando de forma surpresa por culpa do meu grito de pavor.

— Teve um pesadelo? — Carl perguntou de um jeito calmo e com a voz tranquila.

Não tive muito tempo de explicar para Tyreese, Eugene ou Carl o que estava acontecendo, já que o meu corpo reagiu sem minha permissão e eu só tive tempo de engatinhar até uma lata de lixo ao lado da porta do presbitério e vomitar todo o conteúdo do meu estômago de maneira rápida.

A minha garganta ardeu como chamas, dificultando ainda mais a minha respiração.

— Cristo! — Gemi com pesar. — Lá se vai uma porção de nozes desperdiçada. — Reclamei em tom de piada ao passar as costas das mãos em meus lábios e me arqueei levemente para longe daquela lixeira, ainda me mantendo de joelhos, sentindo cada parte do meu corpo doer.

— Você está bem? — Tyreese perguntou enquanto parecia trazer um pequeno cesto feito de vime em suas mãos para cima do banco. Provavelmente para colocar Judith dentro como um berço.

— Agora estou bem melhor. — Respondi sincera ao criar forças de ficar de pé novamente, mas ainda me sentia fraca como uma folha de papel. — Eles ainda não voltaram? — Perguntei passando por entre os bancos de madeira com passos preguiçosos.

— Abraham e Rosita ainda permanecem avaliando os danos no micro-ônibus atrás do prédio aonde estamos. — O doutor respondeu com a sua expressão sempre neutra. — Mas se fala sobre o restante do grupo pelo qual você tem mais afinidade, não, eles ainda não voltaram. — Contou de forma resumida.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora