(Vol. VI) Ano IV p.e. ⎥ Casa Barrington.

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 Os lugares dentro daquele veículo de recreação haviam ficado mais apertados com a presença dos outros três acompanhantes, entretanto todos nós estávamos devidamente acomodados em nossos lugares da melhor forma possível

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Os lugares dentro daquele veículo de recreação haviam ficado mais apertados com a presença dos outros três acompanhantes, entretanto todos nós estávamos devidamente acomodados em nossos lugares da melhor forma possível. Mesmo com um deles estando ferido na altura da canela e parecendo sofrer por isso.

Eu encarava as minhas próprias unhas enquanto tentava limpá-las com a ponta da lâmina do punhal antes preso no arreio de couro em minha coxa. Pensando sobre todos os últimos acontecimentos como se um assombro batesse contra as paredes do meu cérebro. Acalmando a minha respiração e tranquilizando o meu coração após o pequeno mal entendido com o mordedor vestindo o macacão de mecânico.

A angústia sempre seria uma conhecida, mas nunca seria bem-vinda. Era fato.

Mantinha os meus pés apoiados sobre o mesmo acento macio em que eu estava sentada. Sem exatamente prestar atenção no que estava fazendo enquanto encarava aquela lâmina brilhante, mas encostando a sua ponta afiada contra a ponta do meu indicador até finalmente sentir a dor começar a crescer.

Uma pequena picada aguda se tornou mais forte e começou a queimar ainda mais, ao mesmo tempo em que todos os meus sentidos ficavam mais aguçados naquela direção. Naquele mínimo ponto normalmente insignificante. Me fazendo perceber como os sentimentos também poderiam ter a mesma descrição, tão perfeitamente.

O meu olhar foi exatamente na mesma direção ao caçador sentado agora bem ao meu lado naquele sofá. E percebê-lo tão próximo também acabou disparando o meu coração como um tropeço.

Daryl virou o seu rosto até mim em silêncio enquanto eu não desviava os meus olhos dos seus. E apesar de nenhuma frase ter saído dos seus lábios, eu quase podia sentir tudo o que as suas palavras poderiam significar, caso ele as proferisse contra os meus ouvidos.

Senti aquela picada aguda se tornando mais forte no centro do meu corpo. Abaixo da minha carne, órgãos e alma. E queimando a ponto de ligar todos os meus sentidos em sua existência. Em nossa existência insignificante e tímida. Porra, aquilo só poderia ser amor, certo?

O sorriso tímido surgiu delicadamente em meus lábios quando eu soube que estávamos acompanhados demais para sussurrar qualquer coisa sem que fôssemos ouvidos. E rezei para que ele me tivesse em suas mãos o suficiente para entender todos os sentimentos profundos dentro daquele sorriso quando abaixei o meu rosto em direção ao seu braço e deitei a minha cabeça contra o seu ombro de modo carinhoso.

Fechei os meus olhos quando ele pegou aquele punhal ainda em minha mão sem alguma pretensão. Me permitindo abraçar o seu braço quando aconcheguei melhor a minha bochecha contra a lateral do seu ombro. Me sentindo confortável e perfeitamente acolhida em sua temperatura. Como se o seu calor fosse o único foco capaz de me aquecer no mundo todo. E por um segundo, foi como se a aflição nunca tivesse existido.

Tudo o que eu fui capaz de sentir durante algum tempo foi apenas o trepidar macio dos pneus do RV deslizando contra o asfalto. Além da presença incansável do Dixon ao meu lado, sendo praticamente preso no mesmo local por minhas mãos em volta do seu braço. E aos poucos o meu corpo foi relaxando gentilmente junto com a sua respiração, quando me senti sonolenta o suficiente para simplesmente cochilar contra o seu corpo.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora