(Vol. VI) Ano III p.e. ⎥ Deteriorado.

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O medo era constante

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O medo era constante. Era impossível de contê-lo. E mesmo assim havia uma pequena faísca acesa que aquecia o meu coração da forma mais sublime que alguém já havia experimentado.

Era como não ter muito e ter tudo ao mesmo tempo. Preenchia todas frestas da minha alma como se todas as rachaduras pudessem ser supridas e remediadas.

Tínhamos o risco constante de perdermos tudo. Envolvidos pela sensação de que ninguém conseguiria nos arrancar o que tínhamos. Nunca.

E era exatamente assim como eu me sentia aquela manhã.

Todos os habitantes da comunidade de Alexandria estavam ocupados com suas tarefas diárias logo pela manhã. Alguns estavam ajudando no acúmulo de materiais necessários, outros estavam vigiando os pontos cegos dos muros, enquanto outros ajudavam aqueles que não poderiam participar, como os idosos e as crianças.

— Hey! — Havia um sorriso levemente animado em meu rosto quando entrei naquela garagem carregando os fichários com planilhas em minhas mãos.

Cumprimentei as pessoas ali e levei as pastas até a mesa costumeira aonde o restante das plantas estava sendo organizadas por Carter.

Os outros estavam levando e prendendo as chapas de ferro que usaríamos em cima de caminhonetes e todos retribuíram o meu cumprimento assim que me viram, com sorrisos e acenos. Entretanto, Carter apenas esboçou um olhar emburrado em minha direção quase como se não suportasse me ver ali.

— Terminou as planilhas? — O homem loiro questionou assim que me viu colocando aqueles fichários sobre a mesa, sem ao menos me cumprimentar.

— Quase. Estou quase no fim. — Respondi calmamente quando comecei a separar os papéis sobre a mesa em pequenas pilhas, exatamente como vinha fazendo nos últimos dias.

— O quê? — A voz de Carter se tornou mais alta e aguda, chamando a atenção de todos. — Pensei que tinha dito que precisava delas prontas para hoje! — Reclamou olhando de mim para as pastas como se ainda tivesse esperança de que fosse apenas uma das minhas piadas.

— Tentei terminá-las ontem, mas ficou muito tarde e tive que cuidar de algumas coisas, então... — Dei de ombros sem arrependimentos quando apoiei uma das mãos levemente sobre a mesa.

Afinal, aquilo não era realmente uma mentira. Eu havia deixado para finalizar aquelas coisas no dia seguinte quando escolhi queimar o resto do meu tempo com Daryl, ao invés de papéis. Até parece que eu gastaria o que poderiam ser os meus últimos dias na terra com planilhas ao invés de sentar no colo do Dixon.

— Como assim outras coisas? O que é mais importante que isso? — Reclamou franzindo o seu cenho em um tom de quase desespero um pouco exagerado que me fez rolar os olhos com tédio.

Acabei abrindo um leve sorrisinho malicioso ao me lembrar da noite passada.

— Fica calmo, cara... eu termino isso em um segundo! — Barganhei puxando uma cadeira e tentando me sentar, porém fui impedida quando ele avançou para perto de mim com mau humor.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora