(Vol. IV) Ano III p.e. ⎥ Sobrevivente.

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Tudo estava completamente escuro

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Tudo estava completamente escuro.

A única coisa que me dava certeza de estar com os olhos abertos era o pequeno foco de luz cintilante há muitos metros acima da minha cabeça.

Não conseguia me mover de forma alguma e por isso passei um longo tempo apenas vislumbrando aquela luz branca como se fosse um milagre divino. O meu caminho até a morte, talvez. Afinal, meus olhos cansados queriam permanecer fechados, mesmo eu lutando arduamente para que isso não acontecesse.

Ruídos estranhos de rosnados e respirações pesadas podiam ser ouvidos não muito distantes dali. Era o que me fazia ter a certeza de que eu não poderia gritar e pedir por ajuda. Por isso me concentrei apenas nos dedões dos meus pés, tentando forçá-los a se moverem até conseguir recuperar todo o controle do meu corpo. Seria um bom começo.

Muito tempo se passou enquanto eu tentava arduamente recuperar os meus movimentos. Aquela pequena luz cintilante acima da minha cabeça começou a se transformar em um ponto mais claro, parecendo cada vez maior, até se tornar um lilás muito claro. Demonstrando um céu matutino limpo enquanto o sol nascia do lado de fora. Só então eu notei que ali era a parte destruída da guarita da Torre Três.

Quando finalmente consegui sentir os meus músculos, a minha pele e os meus ossos, pude notar com decepção calorosa a dor excruciante que desceu por todo o meu corpo. Estava sendo drasticamente esmagada pela porta do alçapão que havia se soltado e caído sobre mim durante a explosão. Um fato que tentei levar como um golpe de sorte, já que a porta me protegeu dos escombros munidos de estacas de ferro afiadas que poderiam ter me perfurado e agora estavam sobre a porta.

Comecei a me arrastar com muita dificuldade debaixo daquela porta solta, na esperança de escapar da armadilha e não fazer tanto barulho. Foi um desafio que durou muito tempo. Ter forças suficientes para levantar a porta coberta por pedras e então conseguir me deslocar para fora dela sem movimentos bruscos. E para piorar, a fome e a sede desesperadora me deixavam ainda mais confusa.

Tentei ficar de pé assim que saí debaixo dos escombros. Foi inútil, minhas pernas não tinham forças. Por um segundo entrei em pânico pela ideia de ter perdido os meus movimentos, mas a minha racionalidade tentou me acalmar ao me lembrar que eu conseguia mover os dedos. Apenas estava em choque.

Respirei fundo algumas vezes. Puxando o ar e o soltando enquanto meu corpo tremia feito um choque elétrico. Algo colava meus cabelos na testa, o que, pelo cheiro metálico de ferrugem, com certeza era sangue. E além disso, conseguia sentir as bolhas formando-se pela extensão do meu braço e um pouco da pele que se soltava em algumas regiões, demonstrando queimaduras.

Mais alguns longos minutos depois e então finalmente obriguei o meu corpo a se erguer dentro daquele minúsculo cômodo totalmente destruído.

Ao meu lado esquerdo havia uma porta metálica de cor avermelhada. A única porta de entrada e de saída, já que a escada em espiral que daria para o alto estava completamente abarrotada por enormes blocos de concreto. Eu tinha plena certeza que aquela belíssima escada tinha me protegido de um possível esmagamento.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora