Os dias não passavam mais tão rápido quando você estava seguindo uma estrada sem fim e defendendo a sua vida. E aos poucos nos tornávamos cada vez mais lentos e os caminhantes cada vez mais próximos.
Nossos passos cansados continuaram durante um longo percurso através de um dia abafado. Nuvens cinzas no céu se acumulavam no azul acima das árvores e a cor meio amarelada um pouco dourada demais do sol só nos mostrava que uma possível chuva poderia cair nas próximas horas. Isso seria uma bênção.
Depois de um longo tempo, a única água potável se encontrava em uma única garrafa plástica nas mãos de Glenn. Guardada como o tesouro mais valioso, o que realmente era. E nós continuamos nos arrastando em direção a Washington com a determinação de um futuro melhor.
Eu estava tentando ignorar a dor física assim como tentava me esquecer da dor emocional. Aquele ferimento sobre os meus seios até quase o meu ombro estava latejando como se estivesse cheio de sal. Fazendo cada mínimo movimento parecer uma ferroada incrivelmente aguda e torturante. E como se não bastasse toda a dor e exaustão, eu simplesmente não conseguia tirar aquela discussão da minha cabeça.
Era como um grande carrossel. Eu estava girando e girando dentro de um looping interminável de irritação, culpa, arrependimento e raiva. Ficando incrivelmente zonza e confusa, o bastante para me sentir tão mal quanto exausta. Estava sendo difícil engolir toda aquela situação.
A tristeza estava se tornando sufocante.
Uma voz firme em minha cabeça me dizia que eu havia feito a coisa certa. Deixar as minhas questões muito bem decididas e claras fazia com que qualquer final fosse um ponto final. Qualquer desfecho daqui em diante seria apenas um fim comum e isso me livrava da constante cobrança de "dar uma satisfação a alguém".
Entretanto, ao lado dessa maléfica voz, havia a voz da compaixão, suave e evasiva, porém desesperada, me dizendo o quão incrivelmente tola eu havia sido em dar um final tão dramático. Sendo que tudo o que eu deveria ter feito era apenas deixar de sobrecarregá-lo com todas as minhas expectativas.
Aquilo doía. Doía de uma forma que eu nunca havia provado antes. Não sabia se era por culpa da situação desesperadora e degradante, mas tudo estava dolorosamente intensificado.
Estava morrendo aos poucos em todos os sentidos.
Foi essa a conclusão que eu tirei quando paramos para descansar no acostamento da estrada de novo. Um grupo de pessoas se deteriorando junto com a paisagem urbana que mal existia. Cabisbaixos e silenciosos pela fome e cansaço.
— Ele ainda continua com o whisky falsificado... — Tara comentou sobre Abraham ao conseguir vê-lo por estar sentada entre mim e Rosita perto de algumas árvores, enquanto os outros continuavam sentados uns do lado dos outros no decorrer daquele acostamento perto do asfalto.
Nós encaramos o ruivo quase no final da fila e o vimos dar um longo gole na bebida de cor tão bonita e sabor tão horrível.
— É. Ele está. — Rosita comentou com seu cotovelo apoiado sobre o joelho e a mão na frente dos lábios, porém ela nem ao menos encarou Abraham por muito tempo. Ela olhava para Glenn e Maggie, que estavam sentados bem à nossa frente, enquanto parecia ignorá-lo.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfic+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] ● ⎢ ❝𝐀𝐏𝐄𝐍𝐀𝐒 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐇𝐀 pelo o que você está se arriscando. ❞ ⎢ 𝐇𝐄𝐈𝐃𝐈 𝐂𝐎𝐍𝐖𝐀𝐘 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐎𝐔 𝐎 𝐆𝐑𝐔𝐏𝐎 de Rick Grimes para explorar um mundo longe de pessoas. Cansada de obedecer às regras de q...