(Vol. IV) Ano III p.e. ⎥ Pêssegos.

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"Um novo dia

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"Um novo dia. Um novo dólar."

O meu pai sempre repetia isso todas às vezes em que ia me buscar no colégio. E eu lembro que sempre ria, achando divertido, mas nunca entendia muito bem o significado daquele ditado. Quando criança, acreditava que ele recebia um dólar por dia, até que o seu salário estivesse completo ao final de cada mês. Mas, com o tempo, comecei a entender o que ele queria dizer.

Hoje eu sabia que ele falava exatamente sobre os nossos dias. Nenhum dia seria igual ao último. Nunca. Era impossível. Você sempre teria 'um novo dólar'.

Fechei o zíper da minha grossa jaqueta até o pescoço. Precisava de proteção para a minha pele, apesar de fazer um calor razoável essa manhã. Coloquei a Taurus presa no coldre ao lado da minha coxa e a navalha na bainha em meu quadril.

Tentei amarrar a maior parte do meu cabelo, apesar de estar curto o bastante para ficar se soltando e coloquei a mochila atrás das minhas costas assim que tudo estava organizado.

Saí da minha cela assim que fiquei pronta e comecei a cumprimentar com um sorriso as pessoas que encontrava durante o caminho até o andar debaixo. Já estava começando a me enturmar com os moradores dali quase como um bairro comum.

Desci as escadas metálicas com pressa e verifiquei a bússola presa por uma alça de couro em meu pulso, como um relógio. Assim como a costumeira, e antiga, pulseira feita de cadarço preto idêntica à do Dixon.

Estava praticamente há dez passos da porta de saída do pavilhão quando ouvi os passos atrás de minhas costas e um leve pigarrear que acabou chamando a minha atenção assim que a voz masculina soou atrás de mim.

— Vai a algum lugar? — Rick perguntou e eu virei delicadamente em sua direção esboçando um sorriso tranquilo, porém sarcástico.

— Pêssegos. — Expliquei com uma única palavra quando assenti e confirmei a sua pergunta. Contudo, o xerife acabou semicerrando os seus olhos e movendo seus ombros levemente quando não entendeu a minha resposta. Acabei sorrindo mais. — Eu vi um pessegueiro no caminho quando estava voltando com Daryl. Não fica muito longe daqui e eu estou morrendo de vontade de comer pêssegos. — Contei dando de ombros, mostrando que não era nada demais.

— É... — O xerife ainda tinha os olhos estreitos de desconfiança. — Entendo... Mas você acaba de me dar uma ideia. Estou indo conferir as armadilhas que colocamos nos arredores da prisão. Por que não vem comigo e então nós podemos conseguir alguns pêssegos também? — Propôs usando um tom como se pêssegos fosse um código secreto que eu não entendia.

As suas palavras acabaram me deixando mais surpresa. Afinal, estava óbvio que o homem não estava querendo me deixar sair sozinha, ou no mínimo, querendo conferir se eu estava falando a verdade. Foi a minha vez de franzir o cenho com dúvida, porém sem qualquer problema.

— No duro? — Duvidei com as sobrancelhas torcidas. Rick acabou assentindo levemente ao confirmar. — Ok, então. — Dei de ombros também concordando animada. — Espero você no pátio. — Avisei ao dar minhas costas novamente e continuar com o meu caminho calmamente.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora