(Vol. IV) Ano III p.e. ⎥ Culpados.

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Eu ainda me lembrava das tardes em que ia com Abby até o salão de beleza da tia dela

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Eu ainda me lembrava das tardes em que ia com Abby até o salão de beleza da tia dela. Aonde nós fazíamos as unhas combinando e inventávamos decorações para o apartamento que nós jurávamos que íamos alugar juntas. E no final, tudo não passou de apenas mais uma ilusão que não havia se concretizado.

Minhas mãos, que há vários anos atrás possuía unhas bem feitas, agora estavam com cada vez mais bolhas e calejadas pelo esforço diário do trabalho. Eu precisava abrir mais uma cova para colocar mais um corpo daqueles que não tinham aguentado e sucumbido pela maldita gripe que ainda se alastrava dentro da prisão.

Parei os meus esforços assim que a cova estava pronta. A cova de número onze. E me sentei na beirada daquele buraco na terra apenas para descansar o esforço recente. Suor descia por meu rosto e ensopava a camiseta velha puída que eu usava. O sol não estava muito amigável essa manhã e aquela bandana amarrada na frente do meu nariz e boca estava começando a me sufocar.

Encarei o homem asiático que fazia o mesmo trabalho ao meu lado, preparando a cova doze. Doze dos nossos estavam mortos da noite para o dia e esse número não parecia estar estagnado. Cada vez mais pessoas estavam sendo isoladas no pavilhão do Bloco A, a área do corredor da morte, e até que parecia uma ironia do próprio destino.

— Glenn, você está bem? — Questionei ao examinar o suor excessivo escorrendo por sua testa, mesmo sabendo que isso se referia ao serviço braçal que ele fazia, mas além disso também havia as maçãs do seu rosto extremamente coradas como uma criança adorável atrás daquele lenço que ele usava.

— Por que essa pergunta agora, Heidi? Ninguém está bem. — Retrucou com a voz séria de preocupação, apesar de não parecer irritado exatamente comigo.

— Eu sei que parece uma pergunta cretina, mas, você não parece bem para mim. — Apontei ao fazer um esforço extra para sair de dentro daquela cova escorregadia por culpa da terra solta. — Tem certeza que não está sentindo nada? — Reforcei ao ficar de pé entre as duas covas que cavávamos.

— Não se preocupe comigo. — Foi a sua única resposta. E eu me virei automaticamente para a garota de cabelos castanhos e olhos verdes que nos observava enquanto cavava a cova de número dez.

Eu arqueei as minhas sobrancelhas significativamente em direção à Maggie e ela me lançou um olhar firme em resposta, cheio de preocupação.

— Deveria ir ver Hershel. — Propus esfregando a terra presa nas luvas de couro que eu usava e voltei a olhá-lo em um tom amigável. — Você sabe, só para garantir. — Dei de ombros como se não quisesse assustá-lo, ou irritá-lo.

— Eu termino essa cova. — Maggie saiu de dentro do buraco aonde estava enfiada e caminhou em nossa direção com determinação em ajudar o marido.

— Não precisa, eu estou bem! — O homem reclamou levantando o seu tom de voz e apertando os seus olhos de forma firme, como se precisasse se estabilizar diante do sol escaldante que fazia.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora