STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Através dos outros.

A noite já havia caído sobre nós.

Perdi a quantidade de tempo em que fiquei debaixo daquele chuveiro quente esfregando e me livrando de toda aquela sujeira acumulada. Assim como também perdi a contagem da quantidade de cabelo que eu havia perdido no processo para desembaraçá-lo. Ou quantas vezes havia escovado os meus dentes seguidamente. Mas, ao final, o meu corpo parecia ter ficado mais leve com aquela limpeza.

Refiz aquele curativo em meu peito com todo cuidado possível graças ao espelho do banheiro e os suprimentos disponibilizados por Pete em meu atendimento. Sequei o meu cabelo com o secador disponível no banheiro, coisa que eu acreditei ser impossível até agora e só assim eu estava pronta para finalmente voltar para perto dos outros.

A paz de espírito da limpeza refletia em meu rosto tranquilo e sorriso fácil quando saí do banheiro de visitas perto da escada. Era estranho lhe dar esse nome quando sabíamos que mal teríamos visitas.

Cheguei no cômodo principal da casa e encontrei o restante do grupo se organizando no chão e sofás para passarmos a noite todos juntos no mesmo local. Esse era o plano do xerife para ficarmos seguros.

Maggie e Glenn estavam sentados juntos no sofá e abraçados. Ela com as suas costas apoiadas no peito do outro perto das janelas que davam para o jardim. Sasha estava vigiando as janelas enquanto Abraham estava de pé ao seu lado. Perto de Rosita, que estava sentada próxima a lareira.

Eugene tomava o lugar ao lado da moça latina, Tara estava deitada sobre o carpete na frente dos dois e lia um livro de forma interessada. Judith já estava dormindo dentro de um cercadinho e Daryl estava do seu outro lado, também vigiando as janelas naquela lateral.

Carl e Noah estavam jogando cartas sobre a mesa de jantar aos fundos do cômodo. E por fim, o padre Gabriel permanecia silencioso como sempre enquanto lia a bíblia sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar enquanto Michonne ocupava a cadeira próxima a sua, limpando a sua espada com uma flanela.

— Hey, saca só! — Me aproximei de Tara e me ajoelhei na frente da garota que lia um livro com o seu peito virado para baixo e cotovelos apoiados.

Ela me olhou com olhos confusos, mas eu estiquei uma mecha do meu cabelo em direção ao seu nariz e a obriguei a cheirar o topo da minha cabeça sem qualquer aviso prévio.

— Viu só? É shampoo. Não é maravilhoso? — Comentei animada voltando a ficar de pé com rapidez e a mulher me olhou como se não entendesse o que rolou.

— Você ainda está com febre? — Debochou ao voltar para a sua leitura e eu acabei rindo quando me aproximei da mesa de jantar para observar o jogo de cartas dos dois garotos.

— Não. Eu estou ótima, na verdade. — Avisei apoiando uma mão sobre o encosto de Carl e a outra sobre o de Noah. — Aliás, aquele soro de Pete abriu um buraco em meu estômago. Eu estou morrendo de fome! O que tem para comer? — Reclamei com frustração ao tentar entender qual jogo eles estavam jogando.