(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Por trás da noite.

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Notei a silhueta silenciosa de Daryl se aproximando enquanto ainda estava um pouco distante

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Notei a silhueta silenciosa de Daryl se aproximando enquanto ainda estava um pouco distante. Isso acabou me fazendo virar o rosto em direção oposta, apesar de não me mover para tentar uma fuga. Apenas respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar, ao mesmo tempo em que o meu coração pulava desesperado.

Sabia que dessa vez eu era a caça que ele rastreava. Finalmente. Não adiantava fugir.

Virei o meu rosto em direção oposta para que ele não me visse chorando. Ou totalmente arruinada. Desejando que os seus passos continuassem e ele não parasse em meu caminho – me ignorando, como ele sempre fazia; mas foi em vão. Quando dei por mim, percebi a sombra que cobriu o meu corpo menor por estar sentada nas escadas e ele então ficou ali, em silêncio, me olhando como um espectador fantasma.

— Deixou cair. — Disse depois de algum tempo em silêncio e estendeu aquela tiara em minha direção com apenas uma das mãos.

A voz do Dixon era a mesma. O tom rouco, a forma grave. Uma nuance impaciente misturada com um leve teor agressivo que sempre fazia as suas frases parecerem uma ameaça. Mesmo as mais inofensivas. E mesmo assim o meu cérebro surtava com a ideia de que eu percebia a mudança em cada uma delas. Quando ele estava sendo maldoso, ou quando ele estava sendo gentil. E esse era um desses casos.

Um riso autodepreciativo e irônico escapou por um segundo dos meus pulmões quando fui obrigada a virar o meu rosto em sua direção e pegar o objeto que ele estendia para mim. Deixando a maldita tiara no degrau ao lado do meu corpo sem qualquer intenção de ficar com ela. Era ridícula.

— Você lembrou, não foi? — Apoiou o seu antebraço sobre a cerca de proteção e a pergunta escapou por seus lábios de um jeito firme e nada sensível. Era apenas uma acusação um pouco mais solidária quando ele deixou uma brecha para que houvesse alguma resposta da minha parte, mas ela não surgiu. — Dele. — O resumo daquele pronome era tão possessivo quanto a figura que estava sendo apontada.

Virei o meu rosto para o lado oposto de novo e mordi o meu lábio para trancar todas as respostas dentro da minha garganta. Era a minha vez de ser a silenciosa problemática dessa vez. E ele que lidasse com isso como quisesse.

Ouvi quando todo o ar dos seus pulmões foi lançado para fora por seus lábios e então a sombra se moveu novamente. Caminhando e tomando o espaço ao meu lado naquele degrau, sentando do lado do meu corpo e ocupando o lugar para onde o meu rosto encarava como se tentasse me obrigar a encará-lo.

— Queria que toda essa merda não machucasse você como parece. — Comentou em um tom cheio de frustração enquanto procurava por algo no bolso da sua camisa abaixo do colete. Achando um isqueiro metálico ali e então o maço de cigarros amassado no bolso da sua calça, puxando um único cigarro com os seus lábios.

Precisa doer. — Respondi em um tom exigente quando desviei meus olhos para as mãos em meus joelhos, fingindo limpar as minhas unhas. — É a dor que me lembra os motivos. — Expliquei ao cutucar minhas unhas de um jeito nervoso e triste. Percebendo por soslaio quando aquele cigarro foi aceso e a ponta laranja surgiu em sua ponta.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora