(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Sinais.

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 A antiga luminária meio alaranjada em cima do sofá-cama tentava fazer um bom trabalho, mas duas das suas quatro pequenas lâmpadas estavam queimadas

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A antiga luminária meio alaranjada em cima do sofá-cama tentava fazer um bom trabalho, mas duas das suas quatro pequenas lâmpadas estavam queimadas.

Uma pequena penumbra sépia era a única iluminação em todo aquele ambiente amadeirado de móveis planejados dentro daquela casa portátil chamada de trailer. O asfalto do lado de fora era liso e retilíneo, o que permitia um rolamento constante e macio dos pneus, deixando a viagem mais confortável.

O silêncio pesava entre os integrantes daquele grupo no restante do veículo. Todos estavam ansiosos e aflitos com as possibilidades e perigos que podiam surgir a qualquer momento naquela madrugada fria cheia de neblina. Além de permanecerem atentos aos outros que viajavam no primeiro carro bem à frente do nosso.

Não sabia por quanto tempo, mas consegui tirar um pequeno cochilo durante o nosso caminho. Permanecendo com os meus olhos fechados enquanto Tara permanecia sentada ao lado dos meus joelhos, vigiando o meu sono de maneira silenciosa.

Ainda podia sentir os meus músculos doloridos e fadigados, assim como a dor sempre pulsando no ferimento infeccionado, entretanto, não podia negar que a pele fervente e sensação de pinicar trazendo aquele sono depois de uma lata de sopa havia sido aceitável.

Estava pensando em milhões de coisas ainda com os meus olhos fechados. Memórias muito distantes iam e vinham, se embaralhando de maneira atrapalhada com as lembranças recentes e transformavam a minha mente em uma enorme bagunça cheia de enredos.

— Hey... Tara... — Chamei a garota de um jeito baixinho quando fui incapaz de reprimir um sorrisinho. — Você se lembra daquela vez que você realmente acreditou que nós íamos transar no meio da floresta? — Tentei fazê-la lembrar com zombaria ao permanecer de olhos fechados.

— Isso foi há dois dias. — A garota respondeu depois de uma longa pausa e a sua voz se tornou aguda de uma forma bastante constrangida. O que acabou me fazendo rir um pouco mais.

— Eu sei, quero dizer... — Ri baixinho balançando a minha cabeça em negativa. — Digo, estava me lembrando da sua cara de pânico quando me viu tirando aquela blusa. — Debochei ao abrir os meus olhos em sua direção e continuei rindo para provocá-la.

A garota tinha as sobrancelhas quase unidas em uma expressão preocupada. O constrangimento era nítido em seus olhos castanhos quase em pânico e eu só consegui entender o motivo de tanta timidez desesperada quando a segunda presença chamou a minha atenção naquele último cômodo apertado.

Daryl estava sentado sobre uma mesa de madeira que mais parecia uma escrivaninha presa na parede lateral do "quarto" naquele trailer. Um de seus pés estava longe do chão enquanto a outra perna estava levemente apoiada sobre o banco e seus dois antebraços descansavam sobre a balestra em seu colo.

Meus olhos foram em direção aos seus de maneira arregalada e pega de surpresa quando percebi a sua presença diante das minhas palavras. Afinal, eu havia cochilado e ele era silencioso como um gato. Não fazia ideia de quanto tempo ele estava ali, ou quando havia se aproximado.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora