STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Castelo de vidro.

Havia um pequeno calo se formando na lateral do meu indicador direito. Eu podia senti-lo todas às vezes que forçava o lápis um pouco mais contra o papel, buscando um traço mais escuro sobre o claro.

Reg preparou aquela garagem como uma sala de aula, ou um escritório. A mesa quadrada no centro servia como um bom suporte, os livros que usávamos estavam em cima de prateleiras e todos os materiais e projetos expostos em folhas de papel estavam devidamente enrolados e guardados dentro de cestos.

Os dias se acumulavam em minhas costas, porém eu não me sentia cansada, pois me mantinham centrada. Precisava manter a minha cabeça em algo que não fosse o fato de Daryl ainda não ter voltado com Aaron e acabei usando toda aquela preocupação como combustível apenas para manter o foco em todas as lições que Reg continuava me passando.

— Terminei! — Avisei ao arquiteto que riscava suas anotações de pé do outro lado da mesa.

Joguei o lápis sobre o papel aberto e espreguicei os meus braços e as minhas costas cansadas ao lhe sorrir de um jeito bastante vitorioso. E Reg ajeitou levemente a tipoia em seu braço amputado antes de se aproximar sorrindo em minha direção.

— Ótimo. — Se aproximou com calma quando colocou o caderno sobre a mesa e usando apenas poucos passos até se curvar sobre aquela planta para verificar bem o que eu tinha feito ali. — Hnm, vamos ver. — Analisou com os seus olhos meio semicerrados e uma voz cochichada de concentração.

Um sorriso animado surgiu em meu rosto ao apoiar as mãos na frente dos lábios e acabei olhando do papel para Reg como uma criança esperando um presente ser aberto.

O exercício era bem simples, porém significativo. Desenvolver a planta baixa da "minha casa perfeita". E apesar de todo o trabalho que tive para reunir todas as informações necessárias, estudar os conceitos e as orientações precisas de Reg madrugadas à dentro, finalmente havia finalizado o desafio.

— Você conferiu a escala? — Perguntou deixando o seu corpo ereto novamente e voltando os seus olhos em minha direção com uma seriedade bastante exigente.

— A noite toda! — Lembrei ao apoiar meus antebraços sobre a mesa e me esquivar mais em direção ao papel. — Essa é, literalmente, a minha casa perfeita. — Brinquei com um riso calmo ao apontar o meu indicador para alguns pontos específicos.

— Muito bom, Heidi! — O homem sorriu em minha direção mostrando total orgulho e eu acabei sorrindo com mais admiração ainda. — Muito bom mesmo. — Reforçou empurrando os óculos para mais perto do rosto.

— Posso levá-la comigo? — Me referi a planta quando comecei a enrolá-la sobre a mesa. Mas Reg acabou franzindo as suas sobrancelhas com dúvidas. — Quero colocá-la na parede do meu quarto. — Expliquei.

— Oh, claro! Sem problemas. — Sorriu ao guardar a mão dentro do bolso da sua calça. — Ela é sua agora. — Lembrou com certeza e suas palavras acabaram me fazendo sorrir ainda mais animada.