STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Redenção.

O choro agudo e infantil rompeu os meus ouvidos como um chamado. Só então os meus olhos se abriram de modo assustado. Me fazendo olhar em volta para descobrir o local aonde eu estava enquanto a minha mente começava a se recuperar aos poucos.

Minhas pálpebras pareciam cheias de areia e por isso as cocei fortemente antes de me mover. Observando a forma como a luz do sol no lado de fora entrava pelas frestas da madeira como pequenas faixas repletas de poeira.

O dia havia amanhecido e eu realmente tinha a impressão de que eu tinha simplesmente desmaiado, ao invés de dormido. Todos os fatos dentro da minha mente, que aconteceram no dia anterior, agora pareciam mais sonhos do que realidade.

Notei Rick sentado do outro lado do celeiro com a sua filha nos braços. Tentando ninar Judith enquanto a menina parecia realmente sentida e frustrada. Foi o seu choro que havia me acordado.

Movi o meu corpo levemente e senti a fisgada de dor quase me fazer gemer. O peso do couro ainda sobre o meu ombro caiu e me deixou perceber que aquele colete de asas havia dormido por cima do meu corpo como uma coberta. Continuei encarando a estampa em meu colo de modo sério mesmo quando me sentei.

A minha respiração estava quente, meus olhos ardiam e o meu corpo parecia o dobro mais pesado.

O choro de Judy cessou quando Carl trouxe alguma coisa até suas mãos para distraí-la e o xerife passou a brincar com a filha alguns segundos antes de me encarar com seus olhos questionadores.

O silêncio começou a reinar quando eu cerrei minha mandíbula e não tive forças para sustentar o seu olhar. Desviando os meus antes de começar a me levantar do chão de um jeito ainda cambaleante e segurando aquele colete entre meus dedos enquanto procurava por seu dono dentro daquele celeiro.

Daryl estava sentado sobre um caixote de madeira aos fundos do cômodo. Não sabia o que ele fazia exatamente, mas parecia limpar alguma coisa em sua inseparável balestra de um jeito concentrado. Enquanto Carol e Abraham faziam o mesmo sentados do seu outro lado, mas limpando os seus fuzis. Talvez por causa da chuva que haviam os molhado.

Caminhei na direção do Dixon ainda me sentindo presa em uma ressaca moral. Chamando a atenção de todos ali quando parei em frente ao caçador e o olhei de cima por ele estar sentado. Estendendo aquele colete em sua direção com um braço esticado como se não quisesse me aproximar mais do que isso e mantendo a minha expressão vazia, o fazendo levantar seus olhos em minha direção.

— Valeu. — Foi a única coisa que eu consegui dizer quando ele pegou o colete de volta e o jogou sobre o caixote bem ao lado do seu. E ele me respondeu dando um aceno positivo com a sua cabeça ao apertar os seus lábios antes de desviar os seus olhos para a balestra de novo.

— Você está bem? — Carol perguntou com uma expressão calma e meio cautelosa enquanto voltava a montar as peças retiradas do seu fuzil e mirava seus olhos felinos em mim.