STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Legado caótico.

Bob foi colocado sobre o sofá com muito cuidado e agora o homem repousava confortavelmente enquanto Sasha se sentava bem ao seu lado, segurando uma de suas mãos.

Os calafrios já se iniciavam em sua pele febril e por isso ele havia sido coberto por um edredom até a altura da cintura. Repousando a sua cabeça em travesseiros macios ainda demonstrando uma respiração cansada.

Sasha, sentada ao lado do namorado, continuava olhando para o namorado com uma clara expressão de tristeza, apesar de estar se segurando firme para não começar a chorar de novo.

— Será que posso fazer algo pra ajudar? — Perguntei baixinho quando entrei naquele cômodo e me aproximei com uma timidez preocupada pelas costas de Sasha.

Estava realmente disposta a cooperar com qualquer coisa que a mulher em sofrimento desejasse, assim como isso também manteria os meus pensamentos focados em outra coisa que não fosse a minha própria decepção e angústia.

— Poderia pegar uma compressa? — A garota questionou ao olhar de relance em minha direção. O seu tom de voz embargado parecia frio e totalmente exausto.

— Claro! — Aceitei o pedido quando girei em meu próprio eixo e me lembrei do banheiro conjugado naquele cômodo. Me dirigindo até ele com pressa e recolhendo um pouco de água em uma tigela vermelha encontrada dentro da pia e puxando uma toalha de rosto escura do cabide atrás da porta.

Voltei até o sofá aonde os dois estavam com bastante pressa e deixei o pouco de água fria sobre uma cadeira de madeira que acabei puxando da escrivaninha para perto de Sasha.

Me mantive de pé próxima a cabeça do homem enquanto repousava a minha mão sobre o cabo do facão em minha cintura. Meus dedos tamborilando ritmicamente a estrutura de madeira enquanto ainda mordia a parte interna da minha bochecha com ansiedade e tristeza.

Era incrivelmente ruim assistir a decadência daqueles condenados à morte. Aqueles dos quais sabíamos não ter mais uma escapatória. Era como estar amarrado enquanto assisti alguém definhando.

— Vocês sabem qual é o lado bom de levar um chute na cara? — Bob perguntou com a sua voz embargada por dor e um sorriso sarcástico nos lábios. — Por um momento eu me esqueci da dor na perna. — Contou de um jeito irônico, rindo cheio de humor ácido. — Ou a dor em meu ombro. Viu só? Duas coisas boas. — Completou com sua voz fraca enquanto ainda sorria.

— Não estamos mais brincando desse jogo, Bob. — Sasha respondeu pendendo a sua cabeça em direção ao homem enquanto afundava aquela toalha dentro da água na tigela e embebia o tecido antes de levá-lo em direção ao machucado no canto dos lábios do outro.

— Bom, levando tudo em consideração, eu pensei que você pudesse me fazer sorrir um pouco. — Ele comentou enquanto ainda mantinha aquele sorriso satisfeito em seus lábios. O que me deixava ainda mais aflita.

Eu me lembrava disso em outra pessoa. Em outro local. Por outros motivos.

Anton tinha se ferido dias antes de chegarmos naquele shopping. Ele estava padecendo de febre por culpa de uma infecção e ainda estava fazendo piadas constantemente apenas para me distrair, para me fazer rir, para adiar o fim triste que parecia tão óbvio.