(Vol. IV) Ano III p.e. ⎥ Predador.

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Os ruídos causados por choros tímidos se espalhavam por todo o Bloco como se o sofrimento pudesse ter um corpo físico

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Os ruídos causados por choros tímidos se espalhavam por todo o Bloco como se o sofrimento pudesse ter um corpo físico. Todos os corpos estavam devidamente cobertos e preparados para um enterro digno.

Todos que haviam perdido alguém agora lamentavam os seus entes queridos enquanto eram levados um por um através de uma maca.

Eu amarrava alguns cordões em volta do corpo de uma mulher de cabelos castanhos para que o lençol amarelado se tornasse uma espécie de mortalha improvisada.

Reconhecia aquela garota como uma das duas que estavam falando sobre mim e Daryl naquele café da manhã. Não tinha certeza, mas acreditava que o seu nome era Melissa. E outra mulher mais velha ao meu lado permanecia chorando abraçada a uma criança, velando o seu corpo. A sua mãe e o seu irmão mais novo.

Cory e David se aproximaram de nós e colocaram aquela maca no chão antes de finalmente içarem o corpo morto da garota e o colocarem sobre o objeto. Levando o cadáver para fora do Bloco e sendo acompanhados pelas pessoas chorosas que enterrariam um dos seus.

A tristeza do luto alcançava o meu peito como uma forma de roubar-me o fôlego. Não apenas pelo desespero de nos tornarmos tão vulneráveis, mas também por sentir a adrenalina cortando meus nervos até os fiapos. Muitas coisas, além de nossa carne, eram rasgadas quando coisas assim aconteciam.

Percebi quando Hershel se aproximou de mim com passos falhados por culpa da sua prótese em uma das pernas. Eu estava sentada sobre os meus calcanhares ainda abaixada no chão sem qualquer vontade de me mover enquanto assistia algumas pessoas esfregando o sangue no chão para limpá-lo.

O Greene mais velho estava usando uma bandana branca amarrada de forma triangular na frente do nariz e boca, o que me lembrou rapidamente um dos bandidos descritos no Velho Oeste, e acabou me fazendo franzir o cenho de maneira confusa assim que ele parou em minha frente.

— Aqui... — O homem estendeu uma das várias bandanas que tinha na mão em minha direção. — Se vai continuar ajudando na limpeza desse Bloco é melhor que proteja o seu rosto com isso. — Explicou quando eu segurei aquela bandana.

— Ahnm... Nós vamos roubar um banco, ou algo do tipo? — Zombei sem qualquer tom de humor, além de uma grande preocupação receosa. Hershel respirou profundamente ao vistoriar o espaço à nossa volta para garantir que ninguém mais ouvisse.

— Aparentemente, Patrick acabou adoecendo de uma gripe e piorou ontem à noite. — Ele contou de maneira baixa e séria. — Isso acabou causando a sua morte e foi assim que os outros foram atacados. — Acrescentou soltando todo o ar dos seus pulmões.

— Está me dizendo que os mordedores não entraram? Que eles simplesmente foram "fabricados" aqui dentro? — Perguntei desacreditada quando amarrei aquela bandana em meu rosto. — É possível alguém morrer por causa de uma gripe? — O olhei de forma chocada.

— Não da gripe em si, mas pelos sintomas e falta de tratamento adequado. — Explicou quando eu me coloquei de pé a sua frente de novo. — E temos que tomar cuidado com todos que foram expostos aos acontecimentos dessa manhã. — Colocou sua mão livre dentro do bolso ao arquear suas sobrancelhas de forma especulativa.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora