Já sabia que o sol sumiria mais cedo naquele dia, pois o céu estava nublado. Para a minha sorte, eu havia conseguido carregar a última caixa de comida desidratada do caminhão militar tombado abaixo do viaduto perto da rodovia ao sul.
Graças ao fato de estar a pé, da distância do meu alojamento até o caminhão e também pelo fato de eu estar sozinha, demorou muito mais do que vinte dias para buscar todas que eu encontrei e consegui esconder.
Entrei no prédio da galeria através da janela com cobertura de madeira no beco lateral e tratei de fechá-la assim que passei, escorando com um barril pesado logo em seguida. Havia escorado a porta da entrada principal com muitos tonéis de tinta e não tinha como entrar e sair silenciosamente por elas.
Ouvi a chuva fina começar a cair do lado de fora assim que coloquei os meus pés no assoalho de madeira do andar térreo e subi as escadas metálicas em espiral até o segundo andar.
Deixei a caixa de comida sobre uma mesa de mogno muito pesada, uma verdadeira peça de arte vitoriana, e tratei de puxar o capuz do moletom preto que me escondia a cabeça. Desamarrei o elástico apertado que segurava a metade superior do meu cabelo, os soltando por completo e sentindo a sensação aliviada do meu couro cabeludo, os massageando com as pontas dos dedos.
Pendurei o meu capuz em uma estátua de mármore branco do corpo de uma mulher e tirei o lenço preto que escondia metade do meu rosto para pendurá-lo também. Os próximos itens a saírem do meu corpo foram os coturnos militares com as meias e então deixei apenas a camiseta verde militar de mangas compridas e a calça preta que vestia.
Quando finalmente estava livre das roupas, caminhei até uma escrivaninha do século passado cheia de gavetas aonde o pequeno fogareiro de acampamento estava do lado e tratei de acender as chamas que estavam apagadas, na esperança de começar o fogo novamente.
Deixei a panela com água sobre o fogão aceso e me afastei. Voltando a pegar a caixa de comida sobre a mesa de mogno e continuei subindo as escadas de ferro escuro até alcançar o terceiro piso. O meu estoque.
Coloquei a caixa de comida desidratada sobre as outras e sorri quando me afastei para olhar o meu bom trabalho. Haviam roupas diversas, coturnos extras, pilhas, baterias, comida, água, cobertores diversos, medicações e outras coisas mais valiosas do que ouro hoje em dia.
Eu era uma formiga desgraçada e havia garimpado coisas em todos os lugares nos últimos seis meses, me enfiando nos mais diversos locais com toda certeza. Estava abastecida pelo resto do inverno.
Não há nada melhor para afastar fantasmas do passado do que se manter focada.
Peguei o sketchbook sobre um banquinho de bar e acabei acrescentando mais dez pacotes de comida desidratada para o meu inventário.
Poderia ficar hibernando sem sair daquela galeria durante os próximos meses sem qualquer problema.
Saí daquele terceiro piso e tranquei a porta com um cadeado com senha numérica. Desci de volta para o segundo andar e liguei uma das lamparinas à pilha. Realmente estava escurecendo cedo. Principalmente quando trovões começaram a ser ouvidos de longe e a chuva pareceu engrossar devagar do lado de fora.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead
Hayran Kurgu+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] ● ⎢ ❝𝐀𝐏𝐄𝐍𝐀𝐒 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐇𝐀 pelo o que você está se arriscando. ❞ ⎢ 𝐇𝐄𝐈𝐃𝐈 𝐂𝐎𝐍𝐖𝐀𝐘 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐎𝐔 𝐎 𝐆𝐑𝐔𝐏𝐎 de Rick Grimes para explorar um mundo longe de pessoas. Cansada de obedecer às regras de q...