(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Devoção.

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Pequenas lâmpadas à óleo faziam todo o esforço para promover a iluminação alaranjada daquela igreja quando a noite caiu, além de algumas velas acesas ainda sobreviventes

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Pequenas lâmpadas à óleo faziam todo o esforço para promover a iluminação alaranjada daquela igreja quando a noite caiu, além de algumas velas acesas ainda sobreviventes. As sombras movendo-se pelas paredes, combinadas com o ambiente um pouco sombrio e nuances sépia até que traziam uma sensação de acolhimento e segurança. Porém ainda era um pouco destoante.

A comida havia sido servida de modo coletivo, em tigelas, latas e pratos sobre a mesa de madeira em frente ao altar. Agora, após nos servirmos, todos nós jantávamos e conversávamos como uma verdadeira confraternização aleatória, sorrindo e trocando conversas banais com assuntos variados. Todos reunidos no centro do salão e divididos entre sentar no chão ou nos bancos de madeira.

Estávamos limpos, aquecidos e alimentados. A melhor recompensa nos dias de hoje.

Eu me sentei sobre o carpete de veludo vermelho e encostei as minhas costas contra um dos bancos de madeira logo atrás. Em uma das mãos havia um prato com uma mistura preparada de feijões cozidos, molho temperado e carne enlatada, assim como na outra havia um cálice improvisado por falta de taças e era usado para colocar um pouco do vinho que Gabriel havia nos cedido gentilmente.

O padre não estava confraternizando conosco e nem parecia interessado em se enturmar. Enquanto nós estávamos conversando despreocupadamente próximos uns dos outros quase em círculo no centro, ele permanecia sentado no primeiro banco da igreja. Em silêncio. Encarando o altar e finalizando sozinho uma das garrafas de vinho. Parecia refletir.

— Desde quando você se juntou a eles? — Tara me perguntou enquanto ainda comia a sua porção sentada ao meu lado, também encostada no banco e eu tive que desviar os meus olhos da direção de Gabriel para o seu rosto.

A garota estava sentada sobre as pernas de modo infantil e se dividia entre dar uma garfada em sua carne e me encarar ao seu lado com expressão tranquila.

— Hãam... desde uns dois, ou três meses depois que a merda começou, eu acho. — Contei apertando levemente os meus olhos para me lembrar. Não fazia ideia se minhas contas estavam certas.

— Uau! Desde o comecinho! — Seus olhos se arregalaram e suas sobrancelhas expressivas se arquearam junto.

— Comecinho, comecinho. — Concordei rindo com graça ao levar o cálice até os meus lábios e experimentar o sabor do vinho adocicado cheio de álcool enquanto ela mastigava a sua comida.

— Foi o pessoal da Terminus que fez isso com você? — Perguntou novamente ao esticar o seu dedo em riste na direção do próprio rosto e me demonstrou com mímica as várias marcas e hematomas que eu ainda tinha espalhadas pelo meu.

— Não. Isso foi um "presente" de um desgraçado que conheci no caminho entre a Prisão e a Terminus. — Contei de forma resumida por não ter interesse em tocar no assunto dos Reivindicadores.

— Desculpe. — Tara pediu assim que me percebeu ficando incomodada com aquelas memórias. — Espero que ele tenha pagado por isso! — Desejou soltando um suspiro baixo que pareceu um tanto frustrado.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora