STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Até mais tarde.

As despedidas de Bob ocorreram de forma calma e lenta. Todos visitaram aquele cômodo, agora, iluminado pelo sol escaldante do meio dia e trataram de encerrar suas últimas palavras para o homem decadente e se queimando de febre sobre o sofá de Gabriel.

Sasha permanecia sentada ao lado do namorado e a sua aparência era incrivelmente amarga. A mulher havia perdido todo o seu brilho de outrora. Perdido aquele sorriso fácil enquanto os dois conversavam aos sussurros coisas que faziam os dois rirem por horas. Aquilo realmente não era justo.

Estávamos vivos, apesar de não estarmos completos. Mas a vida às vezes era uma merda.

Houve um momento em que todos decidiram deixar os dois sozinhos e saíram. Porém, eu acabei freando levemente os meus passos antes de sair, voltando em direção ao sofá aonde estavam os dois, com a minha cabeça baixa e coração destruído.

— Bob... — O chamei baixinho quando abaixei sobre os calcanhares e uni minhas mãos sobre o braço do homem. O braço que ainda segurava a mão de Sasha. E os olhos escuros se entreabriram levemente, mostrando sensibilidade à luz e veias regadas por sangue. — ...Eu disse para Daryl que o amava, finalmente. — Contei com voz sussurrada e percebi de soslaio que Sasha franziu o seu cenho com dúvidas ao me escutar. — Mas ele decidiu entrar em um carro e ir embora sem avisar. — Expliquei dentro de um suspiro frustrado. — Consegue encontrar o lado bom disso? — Perguntei com uma expressão inocente como uma criança.

A verdade era que eu precisava desabafar. Desabafar com alguém que me lembrava Anton em muitos sentidos. Isso me fazia ter a falsa sensação de voltar para casa como as coisas eram antes. Como as coisas deviam ter sido e nunca deveriam ter mudado. E foi surpreendentemente satisfatório quando percebi o sorriso do homem se abrindo levemente sem forças, mas determinado.

— Está claro como esse dia, Adelheidi... — Ele chamou o meu nome completamente e isso sim acabou me fazendo torcer as sobrancelhas com surpresa. — A distância só aumenta o prazer do reencontro! — Alegou com a sua voz falhada e fraca quando seus olhos fecharam novamente.

Foi impossível segurar o leve sorriso aparecendo em meu rosto, mas ele acabou trazendo consigo os lábios trementes e as lágrimas aos meus olhos quando toda aquela situação sensível pareceu crescer ao ponto de nos sufocar naquela sala.

Encarei Sasha ao meu lado e percebi que ela também sorria dentro da sua expressão de choro exatamente como eu. Ambas sabíamos que aquele grupo não estava perdendo apenas mais um, mas estávamos perdendo uma parte consciente de nós mesmos.

— É... Sasha tem razão, você é realmente bom nisso. — Admiti voltando os meus olhos em sua direção e percebi que ele ainda sorria parecendo orgulhoso. — Até depois, Bob. Vejo você por aí, cara! — Me despedi com a voz sussurrada ao me aproximar levemente do seu rosto para deixar um beijo em sua testa. A percebendo tão quente quanto a tampa de uma fornalha.

— Espero que não seja tão em breve! — Desejou de um jeito brincalhão que acabou me fazendo rir levemente antes de me levantar do seu lado e sair daquele cômodo para dar mais privacidade ao casal.