(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Benevolência.

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O cheiro de corpos acumulados e apodrecidos não passava, realmente

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O cheiro de corpos acumulados e apodrecidos não passava, realmente. Nós apenas íamos nos acostumando com o fedor peculiar de morte até que ele se tornasse quase imperceptível. Quase.

O meu estômago estava se revirando e eu queria vomitar, mas não havia nada que pudesse sair por meu esôfago. Nada além de água. Além de não poder vomitar e forçar aquela hemorragia de novo.

Estávamos sendo silenciosos, havia uma gama de pelo menos centenas de mortos-vivos há algumas milhas de distância e temíamos que qualquer barulho pudesse atraí-los. Se isso acontecesse, seria o nosso fim.

Aquele caminhão dos bombeiros ainda estava com o tanque vazio. Assim como, aparentemente, a mente de Eugene. O "ex-doutor" mentiroso que ainda permanecia caído no asfalto em frente ao mesmo

Abraham havia sido contido por Rosita. Isso era o que gostávamos de acreditar, mas todos sabíamos que o sargento havia se ajoelhado no acostamento da estrada, perto do caminhão, por sua própria vontade. Alguma coisa me dizia que Abraham nunca seria realmente contido se não quisesse, a não ser com um tiro.

O ruivo encarava a paisagem de árvores verdes como se estivesse meditando... desligado do mundo... fora de órbita... mastigando a própria dor de ter sido enganado.

Rosita vigiava o espaço à nossa volta, assim como também ao ruivo de joelhos no chão, enquanto a mesma permanecia de pé atrás do caminhão vermelho. Com uma de suas mãos sobre o quadril enquanto a outra segurava o enorme rifle automático de pé ao lado do próprio corpo.

Eu e Maggie estávamos escondidas na lateral do veículo. Escondidas pelo fato de eu ter precisado mais uma vez tirar minha camiseta para que a mulher fizesse a limpeza e contivesse a hemorragia resultante dos meus pontos rompidos. Enrolando uma faixa de bandagem em volta dos meus seios, ombros e por baixo do meu braço como um cinto.

Tara estava verificando o reservatório de água do caminhão, que já estava quase no seu fim, enquanto Glenn vigiava os mordedores distantes acima da ladeira em frente ao carro. Afinal, ele sabia que não poderia se juntar a nós até que eu estivesse novamente vestida.

— Quando eu tinha uns cinco anos, eu queria ser a princesa em um castelo de bolo de sorvete. — Comecei a contar para Maggie de forma baixa e desanimada ao manter os meus olhos em direção ao asfalto enquanto ela enrolava a faixa em minha volta. — Quando eu tinha uns doze anos, eu queria ser uma cantora country, tipo a Colbie Caillat. Quando eu tinha uns dezesseis, eu estava topando qualquer coisa que me desse um pouco de dinheiro. Mas eu nunca... nem em um milhão de anos... imaginaria um cenário aonde eu estaria seminua em uma estrada... no meio do apocalipse dos mortos-vivos... — Suspirei cansada quando a garota prendeu a bandagem de um jeito que acabou me fazendo franzir o rosto de dor.

Olhei para o rosto de Maggie bem a tempo de ver um leve sorriso cansado brincar no canto dos seus lábios quase como se não quisesse realmente existir.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora