(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Anseios.

1K 106 204
                                    

Eu escolhi o quarto em tons de azul

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu escolhi o quarto em tons de azul.

Tinha uma aparência masculina e adolescente, mas eu tinha gostado dele e parecia íntimo.

Nos dividimos entre casas e cômodos e agora parecia que todos nós tínhamos um bom lugar para ficar. Camas macias, closet, mesinhas, escrivaninhas, prateleiras, banheiros e até porta-retratos. Quase vazios, mas o tínhamos. E isso pareceu encher os nossos pulmões com um ar revigorante.

Entretanto, os problemas embrulhados em papéis brilhantes continuavam sendo problemas.

Perdi a noção de tempo enquanto estava de pé e de braços cruzados apenas de lingerie em frente à minha cama de casal e de edredom azul. Sobre o colchão havia o bendito vestido escuro com pequenas flores e um par de sapatos com pequenos saltos. Eles pareciam debochar de mim. Me desafiando a vesti-los, se eu fosse corajosa o suficiente, e aparecer naquele jantar parecendo uma camponesa pura e romântica.

E para fechar o meu desespero com chave de ouro, ainda havia a mínima possibilidade de Carol estar correta em relação a gravidez. Era exatamente esse medo o que havia me impedido de procurar Pete. O medo de que ele pudesse me dar uma confirmação, mesmo sabendo que isso era a coisa mais ridícula do mundo, afinal, eu precisava saber.

Levei minhas duas mãos para o meu ventre e o toquei na esperança de sentir algo diferente que pudesse me confirmar. E então levei as duas até os meus seios e os apertei, tentando sentir se eles estavam estranhos também. Nada. Não havia nada que pudesse me dar pelo menos uma dica. Se estavam diferentes, eu ainda não podia senti-lo.

Puxei o ar para meus pulmões com muita força. "Você precisa viver a vida como ela é, e não recusando todas as coisas que você não pode mudar". As palavras de Anton me corroíam por dentro como ferrugem. Eu era aquela que mais queria estar naquele lugar e agora estava deixando tudo aquilo perturbar o meu pequeno paraíso particular.

Não. Eu nunca poderia lutar contra as coisas que não podia mudar, mas poderia usufruir o máximo que elas poderiam me oferecer.

Me movi rapidamente ao puxar aquele vestido e comecei a vesti-lo por cima da cabeça e dos meus braços. Percebendo que uma parte do curativo branco ainda podia ser visto através do seu decote e a forma como a saia leve rodava em volta da minha cintura parecia me transformar em uma cantora country. Principalmente quando coloquei os sapatos de boneca e me tornei alguns centímetros mais alta.

Olhei a minha imagem contra o espelho e tentei organizar o meu cabelo solto com uma escova. Pegando a bússola que estava pendurada sobre a armação na lateral do objeto espelhado e trazendo o reluzente artefato até perto dos meus olhos. Observando as letras "A" e "E" gravadas na parte de trás.

Eu sabia que aquela bússola pertencia a Aaron. E sabia que ele merecia tê-la de volta, mas também tinha plena consciência do motivo de não ter a devolvido.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora