(Vol. V) Ano III p.e. ⎥ Perto do meio.

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A casa estava em completo silêncio mesmo depois de acordados

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A casa estava em completo silêncio mesmo depois de acordados. Havíamos aprendido há um longo tempo que ser silencioso era sinônimo de segurança, mesmo estando dentro de paredes feitas de ferro. Além disso, Rick continuava desconfiado de tudo aquilo e velhos costumes custariam a morrer, como diria Michonne.

Já havíamos organizado o ambiente da sala após nos levantarmos e eu tinha aproveitado para trocar aquele curativo após escovar os dentes. Percebendo através do espelho que o ferimento ainda estava completamente horrível e que dessa vez aquela cicatriz ficaria enorme em minha pele.

Assim como todas as outras marcas. Físicas e emocionais. Tantas marcas demonstrando caminhos que segui e decisões que tomei, como um mapa.

Deixei o meu cabelo solto ao percebê-lo mais comprido do que antes. Tinha optado por cortá-lo meses atrás na esperança de ter uma maior praticidade, e agora estar em Alexandria me fazia repensar se realmente era necessário continuar me privando de certas coisas por necessidade.

Como um pássaro enjaulado, aquela gaiola dourada me fazia ter vontade de cantar ainda mais.

Voltei para a sala com os pés descalços. Estava gostando da sensação do assoalho de madeira na sola dos meus pés. Mas tive que me privar da sensação quando me sentei na cadeira em volta da mesa de jantar e comecei a calçar as meias e botas achadas dentro daquela caixa com o meu nome.

O restante do grupo já estava se arrumando nos outros cômodos distintos da casa e se dispersando através da comunidade enquanto dividíamos banheiros. E aos poucos a sensação de "família" parecia se tornar cada vez mais forte. O processo era lento, mas estávamos nos adaptando.

Daryl entrou naquele cômodo de forma apressada, mas despreocupada o suficiente para parecer indiferente. Passando por mim sem qualquer tipo de interação, ou cumprimento, pegando a sua balestra perto do cercadinho vazio de Judy e saindo daquela casa em direção as varandas pela porta da frente.

Meus olhos perseguiram a sua presença como a sombra que persegue um corpo. Cheio de expectativa. Estava capturando cada borboleta em meu estômago e arrancando as suas asas. Um suspiro frustrado escapou dos meus pulmões. E dessa vez eu nem ao menos sabia o motivo.

Eu tinha consciência do que tinha acontecido, de como as coisas haviam terminado, porém, simplesmente não fazia ideia do que estava esperando daquilo. Dele. Nós. Não era como se tivéssemos um ponto final, assim como não conseguíamos avançar nas reticências. E isso estava me enlouquecendo!

— Nunca tinha parado para pensar... — Tara comentou quando desceu as escadas que levavam ao segundo andar e veio em minha direção. — Que a melhor sensação do mundo é a sensação de meias limpas. — Comentou dando um longo suspiro dramático. Acabei rindo ao calçar aquelas meias.

— Eu estava exausta e tive um sonho essa noite. Mesmo dormindo no chão. — Contei para a garota ao enfiar meu pé no primeiro coturno preto recém adquirido. — Eu consegui dormir tempo o suficiente para ter um sonho! Faz ideia do que é isso? — Questionei sorrindo colocando o segundo pé no outro coturno e amarrando aqueles cadarços até a altura de um palmo acima dos meus tornozelos.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora