STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VI) Ano III p.e. ⎥ Perdão.

A manhã ainda estava sendo silenciosa quando nos aproximamos de uma das casas vazias de Alexandria, entretanto, eu reconhecia aquele local. Se tratava da casa aonde Deanna havia dito que um dia se tornaria uma cela de prisão para aqueles que precisassem, e o mesmo lugar aonde havíamos levado Rick para passar a noite quando o mesmo perdeu o controle.

— Rick ainda 'tá' aqui. — Daryl comentou descendo os poucos degraus com passos apressados e rapidamente alcançou o portão entreaberto de ferro reforçado abaixo do nível da rua.

— Espera, o que está acontecendo aqui, cara? — Perguntei desconfiada quando acompanhei os seus passos para baixo com pressa e espiei levemente o espaço através da porta antes de entrar verdadeiramente.

Aquele lugar era apenas uma casa normal, porém, agora estava completamente vazia e sem finalização, com suas paredes lisas e brancas o suficiente para queimar os olhos.

Daryl caminhou até o vão que dividia o primeiro espaço do seguinte; parando bem debaixo da guarnição de entrada e me deixando perceber rapidamente que Rick também estava presente no mesmo local, fazendo o caçador parar ao seu lado.

Rick mantinha as suas mãos apoiadas nos quadris quando me olhou por um breve momento, girando a parte superior do seu corpo para trás, e voltou os seus olhos estreitos para a pessoa que ambos encaravam.

Senti a curiosidade aguçar os meus sentidos assim que fiquei bem ao lado do Dixon e observei o que eles tanto encaravam dentro do cômodo seguinte.

Me deparei com um homem negro de cabelo raspado com uma leve barba e um calmo sorriso nos lábios que demonstrava certa cortesia. Tornando-se um pouco mais simpático assim que me viu chegando, mas me deixando realmente surpresa o fato dele carregar um cajado de madeira quase da sua altura, o qual ele apoiava as suas duas mãos.

— Cacete, quem é o profeta? — Questionei muito confusa e surpresa ao encarar os dois homens ao meu lado e percebi Rick me observando com uma expressão um pouco preocupada.

— Olá, Heidi. — O forasteiro falou usando um tom de voz grave, porém levantando o seu queixo com serenidade. — É bom ver que você está bem. — Assentiu como se fosse uma ótima notícia.

— Obrigada, mas... — Pisquei rapidamente e tentei puxar em minha memória como aquele homem me conhecia. — Como sabe o meu nome...? — Estava confusa e não conseguia pensar em nada enquanto sorria.

É muito impressionante a forma como os nossos sentidos agem quando estão atiçados, mas com certeza não é divertido. O meu cérebro forçou a lembrança daquele rosto e não se prendeu em nada. Mas os meus ouvidos tentaram repetir a sua voz algumas vezes dentro da minha cabeça até que algumas coisas realmente começassem a fazer sentido.

Cambaleei um passo para atrás e movi os meus braços como se fosse começar uma briga. O meu rosto se torceu em uma expressão de choque e raiva assim que os meus olhos percorreram todos os detalhes do seu corpo. Fazendo então uma enxurrada de memórias muito seguras inundarem a minha cabeça de modo concreto.