Os rosnados cada vez mais acentuados demonstravam o fervor que aqueles seres horríveis mantinham dentro de si. Isso me fazia perceber, e entender que, o que um dia havia sido um ser humano comum, permanecia com a força de vontade excruciante dentro de suas mentes como o último instinto absoluto.
Afinal, eles precisavam de nossa carne para "sobreviver". E talvez sobreviver fosse o último instinto primitivo restando dentro de todo ser vivo, mesmo depois de "mortos".
Tão confuso quanto a vida que levávamos agora.
A cerca feita de arame pesado era a única coisa que nos separava do rebanho de mortos-vivos do outro lado. Mãos putrefatas esticavam seus dedos em nossa direção como se acreditassem que podiam nos alcançar depois de tanta determinação. Seus dentes se prendiam no arame de aço com a certeza absoluta de cravá-los em nós. E cortes tenebrosos eram abertos pelo esforço sobre a carne morta.
O avental de couro que eu vestia era bastante útil para me livrar do material podre que espirrava sobre nós quando atacávamos os crânios mortos. Assim como as luvas também faziam um bom trabalho. E apesar do meu pulso começando a doer pelo esforço repetitivo, eu continuava atacando e enfiando aquele atiçador de lareira na cabeça de cada morto-vivo pendurado naquela cerca da prisão.
Eu repetia o trabalho junto com um grupo de mais de meia dúzia de pessoas ao meu lado. Todos derrubando os mordedores aos poucos, mas ainda eram muitos. Nossos esforços eram necessários, mas não parecia ser o suficiente. O que me despertava um gosto ruim de medo e receio na boca do estômago.
— Isso está começando a balançar demais. — Reclamei para ninguém específico ao vistoriar a cerca me afastando alguns passos para trás e empunhando firmemente o atiçador em meu punho.
— Parece instável. — A mulher de cabelos castanhos comentou quando pareceu ouvir a minha frase. Olhei para o rosto de Karen e assenti concordando silenciosamente com a sua opinião.
— Vi algo parecido no Big Spot. — Contei ao começar a caminhar rente a cerca e me afastar da mulher. — Se não fizermos nada a respeito, provavelmente isso vai acabar cedendo. Como aconteceu lá. — Lembrei.
— Precisamos escorá-la com algumas vigas de madeira. — Karen propôs ao soltar um longo suspiro frustrado. Afinal, nós não sabíamos se isso daria certo. — Vou pedir aos rapazes da lenha que tragam algumas para esse lado da cerca. — Planejou secando o suor da sua testa com a barra limpa da sua luva de couro.
Pisei em algo macio e pegajoso assim que meus pés tocaram uma moita de mato verde um pouco rente a cerca. Me fazendo afastar rapidamente e levantar o pé para vistoriar o que tinha sujado o solado do coturno que eu usava. Já imaginando que poderia ser lama fresca, ou quem sabe algo mais nojento do que isso.
Porém, confesso que o meu cérebro não estava preparado para aquele cenário.
Algo havia sujado o solado do sapato, mas estava seco demais para ficar evidente. E mesmo assim o cheiro horrível de putrefação se tornou mais forte e acentuado do que os mortos que nos seguiam do outro lado daquela cerca. Me fazendo notar que se tratava da metade do corpo de um rato morto.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfic+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈] ● ⎢ ❝𝐀𝐏𝐄𝐍𝐀𝐒 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐇𝐀 pelo o que você está se arriscando. ❞ ⎢ 𝐇𝐄𝐈𝐃𝐈 𝐂𝐎𝐍𝐖𝐀𝐘 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐎𝐔 𝐎 𝐆𝐑𝐔𝐏𝐎 de Rick Grimes para explorar um mundo longe de pessoas. Cansada de obedecer às regras de q...