Capítulo 18

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• Fernando •

O caos foi evitado antes mesmo que explodisse em nossas caras, uma vez que a nota do nosso relacionamento foi entregue com exclusividade ao maior jornal do Estado, tirando dos paparazzi a chance de inovar no mundo das fofocas.

Isso atraiu muita atenção, inclusive do meu avô. Nesse momento preferia ter ido buscar a Maiara mais cedo do que vê-lo sentado no meu sofá estragando meu precioso café.

Bernardo: Li a nota que emitiram hoje. Então é sério?

Fernando: Mais do que imagina.

Bernardo: Quer mesmo me convencer que pretende casar e ter filhos com uma ninguém?

Fernando: Maiara. O nome dela é Maiara. E sim, pretendo. — Normalmente eu diria o mesmo, se fosse um negócio qualquer e se... bem, e se não fosse ela. Dificilmente alguém que convive duas horas com Maiara a chamaria de ninguém.

Bernardo: Sempre disse que não era adepto a relacionamentos. Achei que você não decepcionaria ao aproveitar a chance de se casar com alguém que o beneficiaria.

Fernando: Talvez antes eu tivesse aceitado isso, mas não depois que a conheci.

Bernardo: O amor vai te fazer tomar decisões precipitadas.

Fernando: E como você sabe? Que eu saiba, não tem experiência nesse campo. — Desafio, com lembranças nítidas da nossa vida nas paredes assombradas daquela mansão.

Bernardo: Basta ver a grande oportunidade que você está perdendo. Não é preciso ser um gênio.

Fernando: Considero que ganhei. Não gostaria de representar o desastre do seu casamento pela terceira vez. — Afirmo, falando sobre meus avós e meus pais.

Bernardo: Sua avó tem o dedo nisso. Essa mulher não apareceria do nada na sua frente e você não me engana, Fernando. Não olharia para ela. Gosta de mulheres com pedigree.

Sim, até uns dias atrás isso era verdade e constatar tal fato me irrita. Sempre olhei a origem, a educação e me precavi contra os golpes de alguma interesseira. Raposas não podem cair em armadilhas.

Fernando: Se estivéssemos falando de cães, talvez. Gosto de mulheres e, a ciência indica que Maiara é uma. — Ironizo e me desfaço do café, pegando um cigarro e acendendo-o.

Bernardo: Se oferecer um centavo para ela, irá deixá-lo na primeira oportunidade. Ela é oportunista!

Fernando: Vamos lá, já disse que eu não me apaixonaria por uma mulher como ela, chamou-a de oportunista...o que falta? — Cruzo os braços e ando para lá e para cá como quem está pensando. — Tsc! Claro! Falta apenas dizer que estamos fingindo!

Bernardo: Faça o que tem que fazer. Não duvidaria disso, e se isso for verdade, Fernando, você não tem motivos para dispensar Andressa.

Fernando: Mudar é bom, Bernardo. Eu não vou perder nenhum contrato apenas em função ou não de um casamento. Giordano quer um homem casado e ninguém pode escolher a noiva por mim. Se eu perder um negócio que seja, passo meu cargo de CEO diretamente para Otávio Ricci. — Afirmo acerca do diretor de negócios da empresa.

Stella: O casamento deles não precisa ser uma cópia fiel dos matrimônios Zorzanello. — Minha vó entra sem aviso e impondo sua voz, assim que a porta do elevador de acesso ao meu apartamento se abre. Atrás dela, Maiara.

Bernardo: Stella! — Bernardo trata-a como uma criança.

Stella: Você veio até aqui para isso? Pelo amor de Deus, homem, deixe ele casar com quem quiser! Querida, desculpe ter que ver isso.

Um Contrato de NoivadoOnde histórias criam vida. Descubra agora