• Fernando •
Cada célula do meu corpo parecia necessitar ser convencida de que Maiara não desapareceu. Que vou encontrá-la fazendo arranjos na floricultura, quem sabe com uma barriguinha protuberante, chamando nossa bebê de florzinha. Ou seria uma raposinha? Não sei, mas descobriria ouvindo dela.
Fernando: Sabe o endereço de onde elas estão? — Questiono a Marquinhos em uma ligação enquanto estou no tráfego.
Marquinhos: Não, pois seria obrigado a contar.
Fernando: Marquinhos, não entendo por que não me contou. Eu... — irascível. Silencio, buscando alguma cordura, pois minha vontade é encontrá-lo e jogá-lo contra o capô do carro por ter me ocultado algo tão... — por que prometeria isso?
Marquinhos: Eu prometi. — O homem está sucinto, praticamente me mandando à merda.
Fernando: Você sempre esteve disponível para as Pereira e entendo que se aproximou...
Marquinhos: Como eu disse, prometi. — Ele inacreditavelmente desliga na minha cara.
Fernando: Inferno! — Soco o volante.
Chego à floricultura, somente agora percebendo tapumes na fachada. A chuva outonal corre forte, mas saio do veículo sem me importar em ficar encharcado e noto um cartaz colado no tapume. Por que tem o telefone de uma imobiliária aqui?
XX: Com licença, senhor. Ainda não inauguramos. — Uma moça de cabelos curtos pede passagem, querendo abrir a porta.
Fernando: Maiara vai reinaugurar a floricultura?
XX: Oh, não. Vamos abrir uma panificadora após a reforma.
Fernando: Pão? E as flores? — Pergunto como se fizesse sentido.
XX; O senhor pode encontrar outra floricultura há alguns quilômetros. Essa aqui fechou e...
Fernando: Maiara sabe fazer pão?
XX: Senhor, acho que não entendeu... a antiga proprietária vendeu a loja. — Ela encara o cartaz. — Isso deve ter confundido você. Eu pedi ao funcionário que tirasse isso.
Fernando: Vendeu?
XX: O senhor está bem? — Questiona inclinando a cabeça, como se me avaliasse. — Está repetindo as coisas... enfim, Maiara vendeu a loja para o meu pai e agora faremos pão. Sem flores, entendeu? — Sinto-me um idiota e a moça parece constatar o mesmo.
Fernando: Sabe se ela reabriu em outro lugar?
XX: Nós sequer a conhecemos.
Fernando: Então como compraram? Invadiram?
XX: Uowwww... espera! Estou reconhecendo você! Ai meu Deus, ai meu Deus!
Fernando: O que? — Começo a me preocupar.
XX: Você é o Fernando Zorzanello dos carros, é claro! Não me diga que essa loja era da sua Maiara?
Fernando: É da minha...
XX: Vocês terminaram? Não acredito! — A mulher começa a comentar como se minha vida fosse uma novela. — Bem que estavam sumidos da mídia...
Fernando: Não terminam... — cesso quando me lembro que não posso dizer que a bendita florista é minha, pois se fosse eu saberia em que buraco ela se meteu. — Como compraram sem ela?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Contrato de Noivado
FanfictieIntrigas de família. O que você faria por dinheiro? Ela precisa de dinheiro para quitar suas dívidas. Ele precisa fechar um contrato bilionário com a nata do automobilismo e, para isso, requer uma noiva. Ela tem sonhos. Ele cumpre objetivos. E...