• Fernando •
Chego ao hotel em que minha mãe está, mas não a vejo no restaurante para nosso café da manhã. Acedi encontrá-la, no intuito de aparar arestas, mas ao que parece apenas eu estou interessado. Como algo rápido e desisto.
Sigo para acompanhar o andamento da obra da sede da Meraki, pois assim que a parte administrativa estiver com ao menos um andar disponível daremos início à parte industrial.
Essa é a que mais dá trabalho e leva mais tempo, mas a demora vale a pena se eu considerar a grande expectativa que o burburinho gerou no mercado. Todos esperam conhecer os novos projetos que idealizei e a cada dia mais novos investidores buscam uma fatia do que promete ser revolucionário.
Se um dia me dissessem que eu iria começar algo do zero e de forma independente eu riria, pois a Zor era minha vida. Mas é o que acontece quando se encontra vida de verdade. As coisas fluem.
A obra segue a todo vapor e já consigo utilizar uma pequena sala. Poderia trabalhar do apartamento ou alugar algo, mas o desejo de acompanhar tudo de perto e crescer junto com cada estrutura é maior.
É a primeira vez que faço algo meu e isso é excepcional! Decido por uma pausa durante a tarde e encontro Sorocaba que está em uma correria sem igual regularizando nosso negócio e nos livrando do anterior.
Fernando: Você comeu hoje? Sério, parece que um trator te atropelou!
Sorocaba: Bom ver você também, Fernando. — Ironiza. — A insônia me pegou de jeito, mas vou resolver.
Fernando: Já tive essa insônia. A minha tem oscilações de humor no período da manhã e acorda lindamente descabelada. A sua, que eu me lembre, nos ameaça com uma colher de pau.
Sorocaba: Não inventa. Ela está bem por lá e eu bem aqui.
Fernando: Apenas suspeito que...
Sorocaba: Sua avó te mandou isso. — Ele me corta.
Fernando: O que é?
Sorocaba: Ela simplesmente iniciou o procedimento de liquidação das ações dela e destinou para a igreja. Sério, não seria o caso de sabermos se ela está... mental...
Fernando: Chame-a de gaga na frente dela e me avise, pois quero assistir.
Sorocaba: Fernando, estamos falando de milhões!
Fernando: Vou conversar...
Sorocaba: Como se isso resolvesse! Ela anunciou oficialmente, na mídia. Um benfeitor não retoma uma doação, mesmo que pareça um sinal claro de insanidade.
Fernando: Ok. E você oficializou tudo dando entrada por quê...
Sorocaba: Eu não ia dizer não depois que a mídia anunciou. Eu quero saber por que você não sabia disso?
Fernando: Ela não falou nada... Maiara.
Sorocaba: Que tem?
Fernando: Elas passaram o dia juntas.
Sorocaba: Céus... sério. Tem milhões de mulheres e nós fomos premiados! Milhões, Fernando! Milhões! Isso ferra com a Zor de um jeito...
Fernando: Ela sepultou qualquer esperança que a Zor tinha de se reerguer. Acha mesmo que ela não queria isso?
Sorocaba: Bernardo irá enlouquecer. — Ele ri. — Fernando, depois desse golpe a Zor terá sorte se conseguir liquidar os bens dos demais acionistas. Será comprada por uma pechincha.
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Um Contrato de Noivado
FanfictionIntrigas de família. O que você faria por dinheiro? Ela precisa de dinheiro para quitar suas dívidas. Ele precisa fechar um contrato bilionário com a nata do automobilismo e, para isso, requer uma noiva. Ela tem sonhos. Ele cumpre objetivos. E...