Capítulo 105

421 47 20
                                    

• Maiara •

Sabe aquela calmaria em um dia quente de verão? É assim que me sinto. Fernando anda atarantado com seu projeto da Meraki e ainda tenta desvendar quem roubou o projeto, enquanto tentam um acordo com Agda.

Estou na casa da Tia Áurea recuperando os trabalhos que deixei pela metade, quando a campainha toca.

Biah: Pode atender, estarei linda e armada atrás de você. — Biah brinca, depois dos nossos traumas.

Maiara: Ok... vamos tentar não matar ninguém.

Biah: Te ouço e não te prometo. Vá! — Me enxota.

Mas, somos surpreendidas por Marquinhos que parece estranhamente desconfortável dessa vez. Está com as mãos nos bolsos e sorri sem jeito, sem saber exatamente o que falar.

Biah: Ah, não. Hora dos beijinhos.

Maiara: Beijinhos? É o quê?

Áurea: Marquinhos, bem vindo! — Tia Áurea surge arrumada, passando por nós e, importante dizer, nos ignorando. — Entre, o jantar irá demorar e fiz um bolo de milho que você não achará igual...

Maiara: Bolinho... o que eu perdi?

Biah: Para um homem de poucas palavras, digamos que Marquinhos tem uma lábia excelente. Não ia perceber, amada, porque esses dois parecem adolescentes que fazem tudo escondido.

Maiara: E como você reparou nisso?

Biah: Sou fofoqueira, Maiara. É claro que eu sei disso. Eu e a vizinha do lado que a via ir à igreja com mais frequência. Ninguém reza tanto!

Maiara: Chamá-lo para comer bolo é a forma dela de nos contar?

Biah: Sem ter que me aguentar? Com toda a certeza. Marquinhos, além do bolinho, deseja ficar para sempre? — Ela diz brincalhona e apenas vemos uma colher de pau sobrevoar a sala em sua direção. — Espero que tenha instinto de sobrevivência, pois essa mulher é arisca!

Áurea: Biah Rodriguez!

Biah: Tia Áurea! Não vejo seus olhos!

Áurea: É o quê?

Biah: Tem corações saltando aí como no desenho animado!

Ela ri e corre para um dos quartos em uma fuga gargalhante, enquanto minha tia ajeita os cabelos para a hora do café. Essa mulher entende de aproveitar as chances.

Afasto-me da porta, mas poucos passos eu dou quando a campainha mais uma vez toca. Noto Marquinhos armar-se e tomar uma postura mais atenta.

XX: Maiara Pereira? — Uma mulher baixinha me pergunta assim que abro a porta. —

Maiara: Pois não...

XX: Poderia fazer uma declaração sobre a queda do império Zorzanello, junto ao preço das ações? E por que Fernando Zorzanello abandonou os negócios da família? Ele tinha conhecimento das fraudes ocorridas nas gestões anteriores?

Maiara: Fraudes? — Atordoada sequer consigo raciocinar, quando a porta se fecha em um baque e Marquinhos me impede de continuar na mira do fluxo de perguntas da jornalista.

Biah: O que foi isso? — Agora mais séria, Biah retorna.

Maiara: Ligue a Tv! — Peço, percebendo que Marquinhos não fica, mas vai diretamente falar com a equipe de segurança.

Um Contrato de NoivadoOnde histórias criam vida. Descubra agora