Capítulo 47

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• Maiara •

O sol das Maldivas aquece minha pele de forma gentil, mas quem me transforma em brasa é Fernando. Sabe o céu azul depois que as nuvens dissipam e a atmosfera parece mais limpa? É como, agora, eu vejo os seus olhos, quando disse que, entre nós, jamais estaremos obrigados a estarmos, na contramão do contrato. Se estamos nessa bolha que criamos, é porque assim escolhemos.

Caminhamos em uma gruta escondida no coração do arquipélago e o som das águas impactando as rochas é tranquilizador. Fernando deixou de lado reuniões, Giordanos e até mesmo seu avô apenas para que aproveitássemos nossas últimas horas nesse lugar paradisíaco.

Estamos aqui há dias, mas parece que toda uma vida se passou. Eu cheguei como uma noiva de mentira e agora sou o que ele chama linda. Fernando me chama de várias formas, já o ouvi dizer fada mil vezes, mas o "linda" parece ser a palavra do dia.

Maiara: Do que irá me chamar amanhã? — Pergunto enquanto mergulhamos nas águas azulíssimas na escuridão da gruta, iluminada apenas pela própria água.

Fernando: Provavelmente seguirá sendo linda. Pensa bem, não tenho motivo para mudar. Você é linda, mas tem um talento que somente as deusas Maiaras possuem.

Maiara: Deusas Maiaras? — Repito, rindo.

Fernando: Sim, são fadas élficas que vivem escondidas entre nós, com vestidos floridos e bicicletas estranhas, além de uma luz muito própria. Elas acham que enganam alguém, mas não conseguem se misturar. E são lindas. Mas não apenas aquela beleza que se guarda para si mesmo para que sejam admiradas. As Maiaras embelezam. Saem por aí com seus cabelos mágicos transformando CEOs em devotos e arrastando-os ao seu bel prazer.

Maiara: Não sabia que existiam mais de uma... — sibilo, aproximando nossos corpos.

Fernando: É uma teoria. Melhor sorte para os outros, porque a única que eu vi na vida, tomei para mim.

Maiara: Já a considera sua?

Fernando: A única forma disso não se tornar real é se eu a perder de vista. Tsc! E não pretendo.

Maiara: Vai me colocar em um calabouço, Fer?

Fernando: Poderia prendê-la para ter certeza de que ninguém jamais irá repetir erros com você. Nem mesmo eu.

Maiara: Não sou alma de cárcere e você corre o risco de atrofiar minhas asas de fada. E não precisa me proteger de você, Fernando, pois sei que jamais me faria algum mal consciente. — Sua expressão endurece e seus olhos transparecem isso.

Fernando: Você realmente não vê malícia em muita gente, não é?

Maiara: Não em você. Tirando aquela sua imagem de "eu só penso em negócios", sabia que havia muita coisa boa.

Fernando: Não percebeu? Eu só penso em negócios, exceto com relação a você. O que você fez comigo, bruxa? — Ele sussurra sensual, mordendo a base do meu queixo, próximo ao maxilar.

Maiara: Objetivamente? Aceitei uma proposta inusitada de um CEO deliciosamente perigoso...

Fernando: Fale mais... delicioso...

Maiara: Ele costuma ler pensamentos.

Fernando: Apenas os seus. E não são pensamentos... seus olhos. Docemente selvagens.

Maiara: E o que meus olhos estão pedindo nesse exato momento, senhor...

Fernando: Que eu lembre ao seu corpo inteiro a quem você pertence. — Diz me prensando contra a rocha, corpos imersos na água.

Um Contrato de NoivadoOnde histórias criam vida. Descubra agora