Capítulo 21 Agora eu me odiava também.

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Suzana

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Suzana







— Você não pode culpar a Suzana por um erro meu.

Culpar-me? Parei de andar aproximando-me da porta.

— Isso mesmo Candece! — papai gritou tão alto que levei um susto — um erro seu... Aquela menina foi um erro desde o começo.

Erro? Eu era um erro?

— Suzana não é a culpada Edward... — Apesar de não ver eu sabia que mamãe estava chorado — por favor, não á culpe.

Culpa-me pelo quê? Eu quis gritar, não estava entendendo absolutamente nada, aquilo não fazia sentindo nenhum, eles não costumavam brigar de forma tão acalorada, e quando acontecia, geralmente era porque Asafe tinha feito algo de errado, nunca era sobre mim, eu fazia tudo ao meu alcance para que não fosse, eu era a filha perfeita, a filha perfeita...

Ela fez uma pausa para se controlar.

 — Suzana sente que você á despreza, ela é só uma criança.

Não, como, como... Como ela poderia saber disso, eu não havia contado a ninguém.

— E o que você quer que eu faça?  — Papai voltou a gritar — Que eu finja ser o que eu não sou? Você e eu sabemos que eu não posso fazer isso, que eu não posso nem se quer olhar em seus olhos porque são os olhos dele que eu vejo, eu já fiz muito por essa menina em lhe dá meu nome, agora fingir ser o pai dela, eu não fingirei, porque eu não sou.

Tive que levar minha mão a boca para impedir que me vissem.

Ele não é meu pai?

Mas como, como, como... 

Eu senti minhas pernas falharem, e minha cabeça explodir. Isso não podia ser real, devia ser um pesadelo, um sonho muito, muito ruim, não era real, não podia ser. Pensei sentindo vontade de vomitar e chorar ao mesmo tempo. Tive que correr para meu quarto para evitar que eles me vissem, eu não conseguia me controlar... Assim que entrei no quarto fui direto para o banheiro, e vomitei tudo que tinha comido durante o dia, a sensação era horrível, e quando terminei, sentada no chão do banheiro, com o rosto cheio de lagrimas, eu esperei que a náusea passasse como passava toda vez que eu vomitava, esperei que a dor de cabeça desaparece como costumava desparecer depois que eu vomitava, mas a única coisa que aconteceu de diferente das outras vezes foi que senti uma forte dor em meu peito, e uma angustia como nunca tinha sentido antes, eu enxuguei as lagrimas do meu rosto que não paravam de cair, e me apoiei nas paredes tentando levantar, quando consegui, ainda com as pernas tremulas, eu vi meu reflexo no grande espelho do banheiro, sentindo-me enjoada e insignificante.

Eu era uma bastada, uma bastada repugnante.  Agora tudo fazia sentido, os olhos, os cabelos... Então aquilo que eu via em seus olhos não era desinteresse, era ódio. Ele me odiava porque, porque eu não era filha dele, e agora... Agora eu me odiava também.

— Porquê... Porque eu tive que nascer, porquê... — Sussurrei sentindo meus olhos embaçados pelas lagrimas novamente — ele nunca vai me amar, nunca vai me amar, nunca... 

Não sei quanto tempo eu fiquei ali, chorando, sozinha, mas lembro de me sentir muito mal para fazer qualquer outra coisa, eu só precisava colocar aquilo para fora, eu precisava que aquele peso, aquela angustia saíssem de mim, mas não saiu enquanto eu chorava, não saiu depois que eu tomei um banho, e nem mesmo a enxaqueca passou depois que tomei meu remédio e me deitei quetinha em minha cama. 

Aquela foi a primeira vez que eu tive vontade de dormir e não acordar, nunca mais. 

***

 — Senhorita Levins. — Uma voz suave chamou. 

Quando abri os olhos, senti quase que imediatamente a luz do abajur atravessar meus olhos e quase explodir minha cabeça. 

— Senhorita, a senhora Levins pediu que a chamasse, para se juntar a sua família no jantar. — A moça que trabalhava para nós, e que eu não me lembrava o nome falou, ao lado da minha cama. 

Eu levei a mão até meu rosto, para me proteger da luz que fazia a dor dilatar, porquê essa maldita dor não tinha passado. 

— Estou com enxaqueca. — Disse o obviou — não vou descer. 

— Está bem, irei informar. — Ela disse saindo, e fechando a porta atrás de si. 

Eu desliguei o  abajur e voltei a fechar os olhos na esperança de que isso fizesse a dor parar, como se não bastasse ter que lidar com tudo isso, essa maldita enxaqueca... 

— Porque minha vida tem que ser esse desastre... — Sussurrei sentindo as lagrimas voltarem ao meu rosto. 

Não sei ao certo quanto tempo se passou até que mamãe entrou no quarto, mas imaginava que pouco mais de uma hora, mas não tinha como saber, o remédio me deixava muito sonolenta. Como eu não queria ter que falar com ela agora, eu fingi que estava dormindo, profundamente quando ela sentou ao meu lado na cama, e tocou meu rosto com carinho. 

— Descansa, meu bem. — Ela sussurrou, e então partiu. 

Ninguém mais apareceu aquela noite. 

 

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Esse é de longe o capitulo que eu mais gostei de escrever, e vocês, estão gostando de ler??

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora