Capítulo 102 Faces

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Gaby e Suzana

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Gaby e Suzana














Fiorella era uma intrometida, isso sim. Como ela tinha se atrevido a vir para o Brasil sem nem ao menos avisar? Surpresa, surpresa... De fato tinha sido uma surpresa, uma péssima. E agora estava ali, enfiada em todos os preparativos para o casamento de Davi, já que faltava menos de duas semanas.

Hoje tínhamos vindo a Fler para a última prova dos vestidos das madrinhas, da noiva, e das damas. E é claro que ela tinha vindo também, algo que deveria ser só uma coisa entre família.

- Você está linda, minha querida. – Tia Mary falou de sua poltrona.

Vovó, a mãe de Eloisa e a própria concordaram com grandes sorrisos. O vestido era de fato muito bonito, tia Mary estava caprichando.

- E as outras? – Ela perguntou para a moça que tinha me ajudado a subir no pedestal em que eu estava.

- Ainda se trocando, senhora.

Tia Mary assentiu.

- Fiorella, Fernanda irar levar você para se trocar e experimentar o vestido que usará no casamento. – Tia Mary falou distraidamente.

Os olhos de Fiorella brilharam.

- Eu vou usar um vestido seu? – ela se arriscou a falar em português.

Estava aprendendo o idioma já tinha um tempo.

- Sim, querida. Todos da família estarão usando Fler. É tradição.

- Ah... Obrigada. – Ela exclamou encantada.
Fiz uma careta. Era tão fácil se deslumbrar com tudo aquilo.

- Acompanha ela, Fernanda. – Tia Mary pediu.

A moça assentiu é as duas saíram da saleta ao mesmo tempo que Gaby entrou esbaforida.

- Desculpe, desculpe o atraso. – Ela cumprimentou vovó, tia Mary, Eloisa e sua mãe com um beijinho – Eu... – Sua voz se perdeu, e eu soube que ela estava procurando uma boa desculpa para dá.

Sorri. Não fui capaz de evitar.

- Estava... – Tia Mary tentou fazê-la prosseguir.

- Eu...

O que tinha acontecido que a deixou assim tão fora de órbita?

- No que isso importa agora. – Disse decidida a ajudá-la – é melhor se trocar, vem eu te ajudo.

Desci do pedestal e a puxei pelo braço.

- Obrigada. – Gaby sussurrou sorrindo.

- Não me agradeça até me dizer o que aconteceu. – Falei quando entramos na sala em que seu vestido a esperava – antes me diga onde estava, e com quem.

- Ah Su... – Ela se jogou no na poltrona – eu e Asael decidimos namorar.

Eu me engasguei com a surpresa.

Asael tinha conseguido?

- Como é que é?

- Isso mesmo. – Seus lábios se abriam em um sorriso espontâneo – estou tão feliz, Su. Tão feliz que mal estou conseguindo me conter.

- Estou vendo. – Disse contente por eles também. Os dois combinavam tanto, já estava mais do que na hora.

- Estou feliz e assustada, feliz assustada e com medo. – Gaby me fitou – combinamos de não contar para ninguém ainda. Vamos esperar um tempo e preparar nossos pais.

Assenti. Os pais, e as pessoas. Porque isso com certeza daria o que falar.

Duas batidas na porta foram pro seguidas pela voz de Fiorella que entrou na sala sem permissão.

- Gabriela? Mary disse que tinha chegado. Eu vim dizer oi.

- Fiorella. – Gaby levantou para abraçar a amiguinha. – Fiquei surpresa quando soube que estava no Brasil, e olha só o vestido ficou lindo em você.

- Sim. Mary foi muito atenciosa. – Ela sorriu passando o olhar para mim – eu vou deixar você se trocar.

Gaby assentiu enquanto ela saía da sala.

- Acredita que ela teve a inconveniência de vir sem nem ao menos avisar. – Comentei
Gabriela revirou os olhos castanhos.

- Eu te amo Su. E aceito tudo em você, mas essa sua animosidade com a Fiorella tem que acabar.

Cruzei os braços.

Mas iria. Antes dela voltar para Londres eu iria desmascarar ela.

☘️

- Já está voltando para Londres, ou ainda vai ficar por mais tempo sendo um incômodo para nós? – Perguntei ao entrar na sala da minha casa e dá de frente com Fiorella.
Ela fingiu um sorriso inocente.

- Estava agora mesmo conversando com vovó Marina, ela acha uma boa ideia que eu fique logo para o casamento.

Vovó Mariana?

- Você deve está muito desesperada né? Pra está fazendo essa marcação serrada com Asafe. O que foi? O medo dele conseguir alguém melhor por aqui bateu. – A afrontei.

Sua expressão não esboçou nem uma reação. O auto controle era invejável.

- Eu estou realmente curiosa Fiorella. – Continuei – você estava em uma escola cheia de pessoas ricas, milionárias... Porque logo meu irmão?

Fiorella cruzou os braços, ainda me fitando, mas não disse nada.

- Sei que para pessoas como você a aparência não importa. – Continuei cruzando os braços também – com tanto que tenha dinheiro.

Seus olhos finalmente denunciaram que minhas palavras a estavam atingindo.

- Que é? – Continuei provocando a – não vai se defender? Me responde, eu sei que você está desesperada para mostrar suas garras. A verdadeira cara. Anda logo Fiorella tira essa máscara que eu quero ver.

Subitamente, Fiorella sorriu. Uma expressão cruel e desagradável, que eu nunca vira no rosto dela antes.

O auto controle estava começando a cair.

- Eu Prometo que tudo que você disser vai ficar entre você e eu. – Menti. Eu só queria que ela mostrasse quem realmente era, Asafe saberia de tudo.

Ela continuou ali, parada. Me odiando com os olhos.

- Não vai mostrar né? Mas não se preocupe, você vai ter outras oportunidades para gritar todo o seu desespero. – Soei com sarcasmos – e é melhor eu ir para que você não acumule todo esse veneno que você não quer soltar, hein... – Me virei pronta para sair quando ouvi sua voz, calma e contida. Mas carregada de ódio.

- Sua idiota estúpida!

Aí estava.

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