Eloisa
Nós adentramos no carro, e o motorista dirigiu até nosso destino. O teatro estava cheio, isso percebi assim que entramos na recepção central, mas o show ainda não havia começado. Eu rodei o olhar a nossa volta enquanto andávamos para nossa ala privada, mas não encontrei nem vestígio de Isaque, não até chegarmos em nossa cabine, e ouvi-lo me chamar.
- Achei que você tinha dito que seríamos só nós três hoje. - Davi disse ao meu lado quando nos voltamos para Isaque que se aproximava com um sorriso.
- E eu achei que tinha dito que seríamos nós quatro, na verdade. - Observei baixinho.
Davi me fitou com um olhar de interrogação, mas se limitou apenas a assentir. Ele não gostava muito de Isaque, isso era uma realidade que nem o tempo estava mudando, mas nunca foi nada menos que educado.
O espetáculo começou dez minuto depois, Sarah Brightman cantou músicas fascinantes, não tinha como não gostar. Todos no teatro estavam encantados, depois que terminou nós saímos das cabines e seguimos para a entrada principal.
Eloisa se afastou um pouco para entender uma ligação, e Isaque foi ao banheiro, e enquanto esperávamos por eles para a nossa surpresa a família With se aproximou, exceto é claro por Dafne, e seu irmão. Eles não estavam com os pais.
- David what a pleasant coincidence. I didn't expect to find you here. ( Davi, que coincidência agradável. Não esperava encontrá-lo aqui) - O senhor With sorriu para meu irmão e depois se voltou a mim - And Suzana, it's been a long time since I last saw you. ( E Suzana, já faz muito tempo que a vi pela última vez)
- Clivins! - Davi o cumprimentou com um sorriso acolhedor - I didn't know they were in Brazil. But it's good that we met( Não sabia que estava no Brasil, mas que bom que nos encontramos) - Ele disse com sinceridade.
Davi sempre gostou da família With, em especial do senhor Clivins. Esse era um dos motivos pelos quais mamãe e todos da família acharam que ele e Dafne poderiam vir a ter algo.
- We're leaving tomorrow, I'm sorry to say, but at least we have the chance to congratulate you on your recent wedding, unfortunately we couldn't make it. ( Partiremos amanhã eu receio em dizer, mas que bom que nos vimos, assim podemos te felicitar pelo casamento, infelizmente não pudemos vir.)
A senhora With assentiu concordando.
- But we saw it in all the London magazines, it was a very beautiful ceremony. ( Mas vimos em todas as revistas de Londres, foi uma cerimônia muito bonita) - Ela disse.
Eles eram mesmo muito educados. Nem parecia que Davi havia partido o coração da filha deles, não propositalmente, é claro, mas ainda assim havia partido.
- Thanks. I would like to take this opportunity to introduce my fiancée, Eloisa Levins. ( Obrigada. Aproveito para apresentar minha esposa, Eloisa Levins.) - Davi disse com orgulho enquanto gesticulava para Eloisa que se aproximou ao lado de Isaque.
- Nice to meet you. ( Prazer em conhecê-los) - Eloisa respondeu com educação.
- And my sister's boyfriend, Isaac. ( E o namorado da minha irmã, Isaque)
O casal e o filho cumprimentam Eloisa e Isaque com educação. Depois se despediram e partiram, nós fizemos o mesmo em seguida, Isaque havia cogitado a ideia de jantarmos, mas Davi com sua animosidade achou melhor deixar para outro dia.
Enquanto íamos os três no carro, eu me perguntava se um dia meu irmão conseguiria aceitar meu relacionamento com Isaque, isso realmente me entristecia, eu amava Isaque, e ele me amava também, não me via ao lado de nem uma outra pessoa, sabia que um dia nos casaríamos, só queria que meu irmão conseguisse se alegrar comigo.
Nesse momento o carro parou chamando a atenção de Davi e Eloisa, que conversavam um com o outro.
- Nós chegamos? - Perguntei surpresa, e olhando pela janela do carro.
Nem sequer havíamos entrado no condomínio ainda.
- O que ouve, João? - Davi apertou o botão ao seu lado e abriu a janela do carro, dando direto com o rosto do chefe dos seus seguranças.
- Senhor, temos um imprevisto aqui, poderia descer?
Davi piscou surpreso, mas assentiu. Abriu a porta do carro, desceu e se voltou para nós.
- Não saiam do carro! – Ele disse, fechou a porta e se afastou com o segurança.
- Como é? – Eloisa se aproximou da janela, mas meu irmão já estava longe demais para ouvi-la. – Consegue ver o que está acontecendo, Suzana?
Meneei com a cabeça. Tinha uma vista privilegiada, já que estava sentada de frente para ela, mas não via nada. Eloisa elevou a mão a porta e tentou abrir, mas estava travada.
- Dênis, abra a porta. – Ela pediu ao motorista.
- Desculpe senhora, o senhor Levins pediu que ficassem no carro. – Ele disse com receio.
- Sei o que meu marido pediu. – Eloisa continuou com uma expressão de afabilidade forçada – E agora sou eu que peço para que abra a porta.
- Por favor, Denis. – Acrescentei. Estava louca de curiosidade.
Ele pensou por meio segundo, depois destravou a porta, desceu do carro e abriu para nós. Eloisa foi a primeira a sair, eu a acompanhei para ter a visão de vários carros estacionados. E não eram apenas os carros dos seguranças, mas não consegui reconhecer os outros. Meu irmão conversava um pouco distante com alguém, ambos estavam rodeados pelos seguranças de Davi, e outros homens, que não fazia ideia de quem poderiam ser.
- Fica aqui, Suzana. – Eloisa disse e começou a andar em direção a eles.
Davi
É babado atrás de babado.
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O AMOR ME CUROU
RomansaSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...