Capítulo 118 Solitária

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Gabriela

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Gabriela















A cirurgia foi graças ao bom Deus um sucesso. Fomos informados, que tanto o doador, como a paciente estavam bem. Infelizmente os médicos não nos deixaram ver a Gaby. Segundo eles o mais sensato era manter ela sem visitas, e dessa forma sem maiores riscos de infecção.

As visitas só foram autorizadas na semana seguinte, então assim que saí da faculdade, fui para casa, tomei um bom banho e corri para o hospital, sabia que minha família tinha ido pela manhã, então esperava que agora pela tarde pudéssemos ficar sozinhas, só nós duas, como nós velhos tempos. Qual não foi minha surpresa ao ver pela grade da janela de vidro do seu quarto, que ela ainda tinha visitas. Seus quatro irmãos biológicos estavam lá. Os cinco, sorriam entre si, e conversavam, sabe se Deus sobre o quê. E agora olhando assim de perto, dava pra notar que eles se pareciam.

Todos tinham a pele morena, e cabelos encaracolados, mais Gaby era a única com os olhos castanhos claros. A mais nova também tinha olhos castanhos, mas não tantos quantos de Gaby. Era a que mais sorria também, e falava. Parecia ser aquele tipo de pessoa que gostava de chamar atenção, instintivamente essa foi a primeira que não gostei, eu costumava ter dificuldade em lidar com pessoas assim, e era claro que estava com ciúmes da minha prima. Sempre fomos só nós duas de meninas, sendo cuidada e paparicadas por todos, e agora ela simplesmente tinha irmãs, e parecia gostar bastante delas...

- Suzana? - A voz de Asael soou ao meu lado - o que está fazendo aqui, porque não entrou?

- Eu não queria atrapalhar. - Respondi embora achasse que fosse óbvio - eles parecem tão... Tão concentrados entre si.

- Achei que já tivessem ido. - Meu primo disse a contra gosto - o que tanto devem ter para conversar.

Eu olhei para ele e sorri. Eu e Asael não tínhamos o mesmo sangue, mas eramos sem dúvida muito parecidos. Às vezes eu achava que tinha mais em comum com eles do que com meus irmãos, porque ele também estava se mordendo de ciúmes.

Asael tinha sido o único que não havia gostado da ideia de contar a Gaby sobre sua outra família. Ele não achava que eles fossem boas pessoas. Meu primo era assim, sempre muito criterioso ao julgar o caráter das pessoas. Tia Mary costumava dizer que ele tinha herdado isso da vovó Sabine, devia ser mesmo, já que Edward era igual também.

- Vem, vamos entrar. - Ele disse segurando meu braço e me puxando pela porta. - Oi gente. - Asael falou sem esconder o tom de desânimo na voz.

Sempre muito transparente.

- Oi. - Todos responderam juntos.

- Su. - Gaby sorriu abrindo os braços para mim.

Eu a abracei com força. Só Deus sabia o quanto eu queria isso.

- Eu estava com tanto medo. - Sussurrei tentando não chorar.

- Desculpe, deve ter sido tão assustador. - Ela disse com carinho, e eu sorri.

Só Gaby, para se preocupar comigo, quando era ela que estava em uma cama de hospital.

- Como está se sentindo, de verdade? - Perguntei preocupada.

- Eu estou bem. Se pudesse já estaria em casa. - ela brincou - você ainda não conhece meus irmãos, não é? - Gaby gerticulou para eles, que estavam do outro lado da cama. - João, e o Lucas são mais velhos que eu, a Priscila e a Sâmia são as mais novas.

- Não tão nova assim. - A sei lá quem, que devia ter minha idade falou.

Eu me forcei a sorrir para eles.

- Gente, essa é minha irmã barra prima, Suzana.

Gostei da forma como Gaby se referiu a mim como irmã, mas odiei a careta de desdém que a mais nova fez.

Argh... Hoje eu estava terrivelmente insuportável.

☘️

Gabriela finalmente teve alta. Dois meses depois do transplante, e ainda com muita restrições. Segundo os médicos, todo cuidado era pouco. Muita coisa estava mudando. Gabriela havia embarcado nessa de nova família, então nós meio que passamos a conviver com eles, o suficiente para saber que cada um tinha suas peculiaridades.

O pai por exemplo, estava adorando isso de ter uma filha rica, os irmãos também, com exceção da irmã dela chamada Priscila, essa eu achava ser a única que não queria levar vantagem da situação.

Durante esses meses eu tentei ser legal com todos, e não julga-los, eu bem sabia o quão deslumbrante poderia ser viver em nosso meio. Eu também odiava admitir isso, mas estava morrendo de ciúmes, da nova família de Gaby, e bem ali ao lado do ciúmes, estava a inveja. Eu tentava não pensar sobre isso, mas a verdade era que estava com inveja da minha prima. Nossas histórias sempre foram tão parecidas , ambas tínhamos pais que não se importavam, mas agora era diferente. O pai dela tinha vindo por ela, ele se importava.

Não achava que meu pai biológico teria feito o mesmo por mim... Era a primeira vez que sentia inveja de alguém que amava, e tentava de todas as formas fugir desse sentimento. Isso estava me deixando chateada e triste comigo mesmo.

Na tarde de sexta eu dirigi rumo a casa de tia Mary, depois da faculdade. Esperava que pudesse conversar com a Gaby, e passar um tempo com ela. Estacionei o carro na entrada principal, e subi as escadas até a porta. Foi o mordo deles que abriu, e me direcionou para dentro.

- Senhorita Fler, boa tarde.

- Boa tarde. Eu vim ver a minha prima.

- Claro. Ela está no quarto, com as irmãs. - Ele respondeu - gostaria que levasse algo para beber?

Com as irmãs? Que irritante, elas sempre estavam em todos os lugares.

- Na verdade eu não quero atrapalhar. Então vou voltar em outro momento. - Disse fazendo o mesmo caminho para a saída.

- Tem certeza? - Ele estranhou minha atitude.

- Sim. Diz pra ela que mais tarde eu ligo.

Eu entrei no carro, e dirigi, não sabia bem pra onde. Estava me sentindo solitária, pensei em ligar para Davi, e talvez jantar em sua casa, mas não queria ser um estorvo. Agora que Eloisa estava quase entrando no oitavo mês da gravidez ela se sentia muito cansada, ter que dá atenção a uma visita com certeza não devia ser sua prioridade agora.

Suspirei. Talvez devesse ter viajada com vovó e Asafe, com certeza não estaria me sentindo sozinha se estivesse com eles.

Suzana

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Suzana

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora