Candece
PONTO DE VISTA: Davi.
- Vocês tem que esperar aqui. – O médico avisou, enquanto a equipe entrava em uma outra sala com a maca da Suzana – tenho os melhores na minha equipe Candece. – Alexander continuou – vamos cuidar dela.
- Por favor, por favor... – Mamãe suplicava com os olhos cheios de lágrimas – Por favor Alexander, salve minha filha.
Alexander assentiu, e entrou pela mesma porta que eles tinham desaparecido.
Mamãe começou a chorar descontrolada. Eu a abracei tentando controlar meu próprio nervosismo dentro de mim.
Tínhamos vindo desesperados para o hospital, ela tinha desmaiado em casa, mas não voltou mais a consciência, e perdeu tanto sangue.
Um estilhaço da mesa quebrada tinha entrado em seu pescoço, acho que tinha atingido uma artéria, havia sangue demais, sangue por todo lado, mesmo Asafe tentando estancar...
Asafe... Ele ainda estava incrédulo, olhando para suas próprias mãos ensanguentadas e trêmulas, com uma expressão aterrorizada.
- Asafe, Asafe... – Chamei sua atenção. Seus olhos se voltaram para mim com muita confusão, ele estava completamente desnorteado. – Precisa se controlar. – disse firme.
Eu não podia abraçá-lo e deixar ele chorar em meu ombro agora, como costumava fazer quando ele era criança e se machucava.
Mamãe estava chorando descontrolada em meu peito, e a Suzana devia está em uma mesa de cirurgia agora. Elas precisavam que fossemos fortes.
- É a Su que tá lá dentro. Seja forte. – Pedi.
Asafe assentiu, como pôde. Respirou fundo, e engoli o bolo em sua garganta, tentando parecer calmo.
Eu sabia que assim como eu, por dentro, ele devia está em pedaços, mas agora não tínhamos tempo para dar atenção a nós mesmos. Às pessoas que amávamos precisavam de nós.
Nem sei por quantas horas ficamos naquela saleta, esperando por respostas do médico, mas para mim pareceu uma eternidade. Eu tentei ao menos me concentrar em minhas orações, em meus pedidos ao Senhor, pela vida da minha irmã, mas nada tirava da minha cabeça, a possibilidade e o medo de que o pior podia ter acontecido.
Quando Alexander apareceu, com uma expressão triste, o medo alcançou o seu maior nível, e imediatamente minhas pernas começaram a tremer, meu coração acelerou, e senti o ar começar a me faltar.
- Alexander... E então? – Mamãe sussurrou apavorada.
- Nós tivemos algumas complicações... O projétil no pescoço dela atingiu a jugular, além de fazer ela perder muito sangue, feriu às vias aéreas. - Alexander suspirou com tristeza - Nós conseguimos reparar a lesão, mas a traqueia foi danificada. Fizemos tudo que era possível para reparar os danos, agora só cabe a ela ver como se recupera.
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O AMOR ME CUROU
RomansaSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...