Capítulo 87 O Passeio

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Isaque e Suzana

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Isaque e Suzana











- Tá brincando comigo, não é? – Perguntei abismada ao ver o enorme balão colorido, que começava a se encher e ganhar forma.

- Não. De jeito nem um. Nós vamos andar nele. – Isaque disse ao meu lado se divertido com meu espanto.

- Nem sonhando eu entro nessa coisa!
Tinha que ser muito maluco mesmo pra confiar em voar em um troço desse.

Tanta coisa podia dá errado, e eu não queria nem pensar na possibilidade de Davi descobrir. Eu não tinha dito que iria sair com Isaque, porque havia sido uma coisa de última hora é claro. Isaque simplesmente havia ligado e me dito que me levaria a um lugar. Eu imaginei muitas coisa, mas não um parque cheio de balão flutuante. Pensei passando o olhar em volta, o céu estava cheio dele, e havia várias pessoas esperando sua vez, deslumbradas. A única que parecia horrorizada ali era eu.

- Se tá pensando em fugir, tira isso da sua cabeça. Nós fizemos um trato. – Ele me fitou com expectativa – eu prometo que vai ser divertido. – Isaque me estendeu a mão e eu olhei para aquele gesto por alguns segundos até segurar sua mão.

Fosse o que Deus quisesse.

Tirando o nervosismo. O medo excessivo, e a estranha vontade de vomitar e gritar ao mesmo tempo. Até que era legal.

A vista lá de cima era tão linda, as montanhas pareciam ter sido esculpidas, e o verde do parque era expendida. Algumas nuvens estavam tão próximas que pareciam algodão doce, tinha a impressão de que se estendesse a mão conseguiria tocá-las. E tudo parecia tão calmo ali, os pássaros, as nuvens, o vento, tudo estava em perfeita harmonia.

- É lindo, não é? – Isaque falou ao meu lado.
Eu assenti boba.

Que bom que ele tinha me convidado.

☘️

- Isso foi muito, muito legal. Eu nunca tinha feito nada do tipo! – Afirmei empolgada já em terra firme.

Isaque sorriu.

- Eu disse que você iria gostar. Dá próxima vez vamos pular de paraquedas.

Parei de andar e olhei para ele horrorizada.

- É brincadeira. – Ele voltou a sorrir.

Que bom. Porque ninguém nesse mundo me convenceria a isso. Ninguém.

- Dá próxima vez vamos almoçar com minha mãe. Ela quer conhecer a garota que, nas palavras dela: me fizeram ir a um programa de pessoas cultas e inteligentes.

Sorri também. A mãe dele tinha senso de humor.

- Suzana? – uma voz conhecida soou distante.

Quando me virei para olhar, meu primo Asael estava com os olhos em mim, com uma evidente curiosidade estampada em seu rosto.

- É meu primo. – Expliquei para Isaque – Vou lá falar com ele. Eu voltou já. – Disse antes de ir.

- Vou esperar aqui. – Isaque respondeu.

Eu caminhei entre o gramado até chegar ao meu primo. Ele esperou pacientemente, alternando o olhar entre mim e Isaque.

- Oi. – Fiquei na ponta dos pés para abraçá-lo. – O que está fazendo aqui?

- Estava no campo de equitação com uns amigos aqui do lado. – Ele explicou o óbvio que eu deveria ter notado. Já que ele estava todo trajado. – E você?

- Vim com um amigo. O Isaque. – Expliquei gesticulando para ele.

- Hum... E o Davi?

- Na Levins provavelmente.

- Você estava andando nessas coisas?

Assenti com um sorriso.

- Foi muito divertido.

- Davi sabe disso?

Meu sorriso se desfez rapidamente.

- Isso é algum tipo de interrogatório? – Questionei com uma careta.

- Eu estou curioso minha prima. – Asael respondeu sério.

Quando ele fazia essa cara, com o olhar analisador. Ficava igualzinho ao Davi. Os dois se pareciam muito.

- Já que terminou, diga tchau ao seu amigo. Vou levá-la para casa.

Revirei os olhos.

- Mas nós íamos tomar sorvete Asa...

- Hoje não. – Asael me interrompeu.

Eu o fitei incrédula. Asael não costumava ser assim tão invasivo.

- Vamos. Estou ficando mais velho esperando aqui.

Bufei.

- Você é um péssimo primo! – Disse me virando e começando a andar.

- Eu sei disso! – Asael gritou nas minhas costas.

Eu fiz meu caminho de volta até Isaque, e devia estar com uma expressão muito evidente, já que a primeira coisa que ele me disse foi:

- Seu primo vai te levar para casa, né?

Eu sorri diante daquele situação.

- Desculpa Isaque, o sorvete vai ter que ficar para outro dia.

Isaque sorriu também.

- Tudo bem. Sem problemas. – Ele beijou meu rosto para se despedir, então eu voltei para meu primo.

- Pronto. Não foi tão difícil assim, não é? – Ele comentou quando começamos a andar. – agora vamos passar no abrigo para pegar a Gabi, e depois tomamos um sorvete.

Eu bufei incrédula.

- Você não queria? – Asael fingiu uma expressão inocente, e passou o braço por meu ombro – vai ser divertido, prima.

- Sim. Muito divertido. – Soei com sarcasmo ao seu lado.

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