Isaque e Suzana
- Tá brincando comigo, não é? – Perguntei abismada ao ver o enorme balão colorido, que começava a se encher e ganhar forma.
- Não. De jeito nem um. Nós vamos andar nele. – Isaque disse ao meu lado se divertido com meu espanto.
- Nem sonhando eu entro nessa coisa!
Tinha que ser muito maluco mesmo pra confiar em voar em um troço desse.Tanta coisa podia dá errado, e eu não queria nem pensar na possibilidade de Davi descobrir. Eu não tinha dito que iria sair com Isaque, porque havia sido uma coisa de última hora é claro. Isaque simplesmente havia ligado e me dito que me levaria a um lugar. Eu imaginei muitas coisa, mas não um parque cheio de balão flutuante. Pensei passando o olhar em volta, o céu estava cheio dele, e havia várias pessoas esperando sua vez, deslumbradas. A única que parecia horrorizada ali era eu.
- Se tá pensando em fugir, tira isso da sua cabeça. Nós fizemos um trato. – Ele me fitou com expectativa – eu prometo que vai ser divertido. – Isaque me estendeu a mão e eu olhei para aquele gesto por alguns segundos até segurar sua mão.
Fosse o que Deus quisesse.
Tirando o nervosismo. O medo excessivo, e a estranha vontade de vomitar e gritar ao mesmo tempo. Até que era legal.
A vista lá de cima era tão linda, as montanhas pareciam ter sido esculpidas, e o verde do parque era expendida. Algumas nuvens estavam tão próximas que pareciam algodão doce, tinha a impressão de que se estendesse a mão conseguiria tocá-las. E tudo parecia tão calmo ali, os pássaros, as nuvens, o vento, tudo estava em perfeita harmonia.
- É lindo, não é? – Isaque falou ao meu lado.
Eu assenti boba.Que bom que ele tinha me convidado.
☘️
- Isso foi muito, muito legal. Eu nunca tinha feito nada do tipo! – Afirmei empolgada já em terra firme.
Isaque sorriu.
- Eu disse que você iria gostar. Dá próxima vez vamos pular de paraquedas.
Parei de andar e olhei para ele horrorizada.
- É brincadeira. – Ele voltou a sorrir.
Que bom. Porque ninguém nesse mundo me convenceria a isso. Ninguém.
- Dá próxima vez vamos almoçar com minha mãe. Ela quer conhecer a garota que, nas palavras dela: me fizeram ir a um programa de pessoas cultas e inteligentes.
Sorri também. A mãe dele tinha senso de humor.
- Suzana? – uma voz conhecida soou distante.
Quando me virei para olhar, meu primo Asael estava com os olhos em mim, com uma evidente curiosidade estampada em seu rosto.
- É meu primo. – Expliquei para Isaque – Vou lá falar com ele. Eu voltou já. – Disse antes de ir.
- Vou esperar aqui. – Isaque respondeu.
Eu caminhei entre o gramado até chegar ao meu primo. Ele esperou pacientemente, alternando o olhar entre mim e Isaque.
- Oi. – Fiquei na ponta dos pés para abraçá-lo. – O que está fazendo aqui?
- Estava no campo de equitação com uns amigos aqui do lado. – Ele explicou o óbvio que eu deveria ter notado. Já que ele estava todo trajado. – E você?
- Vim com um amigo. O Isaque. – Expliquei gesticulando para ele.
- Hum... E o Davi?
- Na Levins provavelmente.
- Você estava andando nessas coisas?
Assenti com um sorriso.
- Foi muito divertido.
- Davi sabe disso?
Meu sorriso se desfez rapidamente.
- Isso é algum tipo de interrogatório? – Questionei com uma careta.
- Eu estou curioso minha prima. – Asael respondeu sério.
Quando ele fazia essa cara, com o olhar analisador. Ficava igualzinho ao Davi. Os dois se pareciam muito.
- Já que terminou, diga tchau ao seu amigo. Vou levá-la para casa.
Revirei os olhos.
- Mas nós íamos tomar sorvete Asa...
- Hoje não. – Asael me interrompeu.
Eu o fitei incrédula. Asael não costumava ser assim tão invasivo.
- Vamos. Estou ficando mais velho esperando aqui.
Bufei.
- Você é um péssimo primo! – Disse me virando e começando a andar.
- Eu sei disso! – Asael gritou nas minhas costas.
Eu fiz meu caminho de volta até Isaque, e devia estar com uma expressão muito evidente, já que a primeira coisa que ele me disse foi:
- Seu primo vai te levar para casa, né?
Eu sorri diante daquele situação.
- Desculpa Isaque, o sorvete vai ter que ficar para outro dia.
Isaque sorriu também.
- Tudo bem. Sem problemas. – Ele beijou meu rosto para se despedir, então eu voltei para meu primo.
- Pronto. Não foi tão difícil assim, não é? – Ele comentou quando começamos a andar. – agora vamos passar no abrigo para pegar a Gabi, e depois tomamos um sorvete.
Eu bufei incrédula.
- Você não queria? – Asael fingiu uma expressão inocente, e passou o braço por meu ombro – vai ser divertido, prima.
- Sim. Muito divertido. – Soei com sarcasmo ao seu lado.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...