Capítulo 71 Tão Cruel

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- Oi querida... Viemos para conversar. – Tia Mary sussurrou de volta chamando minha atenção.

Eles se pareciam tanto.

Eu mordi os lábios com força e senti o gosto do sangue, procedido pela dor. Mas realmente não pude evitar, estava nervosa demais para isso. Tia Mary tinha pedido que todos saíssem, e nos deixassem a sós, somente eu, ela e tio Lucios...

Lúcios, Lúcios, Mary, Mary... Tinha que parar de chamá-los de tios, eles não eram meus tios. Asael não era meu primo, e o fato deles estarem aqui agora querendo falar só comigo só me fazia ter a certeza de que tinha ouvido a história do ponto de vista do Edward, e é claro que ficariam do lado dele. Eram família.

- Eu fiquei tão espantada quando soube de tudo que estava acontecendo. – Ela começou a falar. – Porque não nos contou, Suzana, as coisas terríveis que meu irmão fazia a você?

Eu finalmente tive coragem de tirar os olhos das minhas mão em punhos em meu colo, e olhar para ela. Tia Mary estava... Estava com os olhos cheios de lágrimas e o rosto vermelho. Ela estava chorando por mim?

- É verdade? – Ela fitou a cicatriz em meu pescoço – é tudo verdade?

Assenti com dificuldade.

Tio Lúcios que estava do outro lado, levantou e se colocou a minha frente. Ele segurou minhas mãos frias e falou com convicção:

- Nunca teríamos deixado ele machucá-la, se soubéssemos.

- Nunca! – Tia Mary reforçou.

Meu coração doeu e eu me senti mau por achar que eles me desprezariam, que não ficariam ao meu lado.

- Vocês não me odeiam... – Consegui sussurrar entre as lágrimas.

- Não, jamais! Você é nossa sobrinha, nossa... – Tia Mary falou rapidamente – nada vai mudar isso. Nada!

Eu sorri entre as lágrimas, sentindo um grande e último peso saindo dos meus ombros.

- Obrigada tia Mary, tio Lúcios. Obrigada. – Disse abraçando os dois de uma vez.

Como tia Mary podia ser irmã daquele monstro? Ela era tão boa, tão gentil.

- Agora que está aqui. – Tio Lúcios voltou a falar – Preciso saber o que deseja fazer em relação ao seu pai biológico, se quiser encontrá-lo, eu posso...

- Não, não. – Eu disse de uma vez assustada.

Tio Lúcios cogitar a ideia de encontrar um homem que tinha me abandonado foi como um tiro em meu peito. – Eu não quero. - Afirmei mais uma vez sentindo minhas mãos tremerem, quando voltei meus olhos para elas estavam trêmulas e brancas.

- Tudo bem, tudo bem... – Tio Lúcios segurou minhas mãos tentando me acalmar – não precisa fazer nada que não queira.

Eu respirei fundo várias e várias vezes tentando me acalmar e fugir dessa ideia.
Nunca, eu nunca iria procurá-lo. Não depois do que ele fez, não depois de abandonar Candece grávida de mim, e me obrigar a viver com aquele demônio do Edward.

                                        ☘️

Estava indo tudo bem, até a noite de domingo. Quando tive um pesadelo com Edward, e eu senti o mesmo pavor que sentia em Londres, e acordei na madrugada com muita dificuldade para respirar.

Não quis chamar meus irmãos, nem minha vó. Não queria preocupar eles, então passei o resto da noite acordada, com medo de que a qualquer momento Edward entrasse em meu quarto e tentasse me machucar, era um medo tão irracional, eu sabia, afinal estávamos em países diferentes, mas nem mesmo isso conseguia me acalmar por dentro.

Agora sentada em frente a minha penteadeira, olhando meu reflexo cansado, e triste no espelho, eu não saberia dizer o que me incomodava mais, o fato de um sonho ter me feito tanto mal, ou saber que mesmo longe Edward ainda tinha poder sobre mim.

- Quando você vai ficar bem? - Sussurrei para meu reflexo, triste e cansado. - Até quando vai viver ansiosa assim? Até quando...

Eu fitei minhas mãos em meu colo, eu ainda estava tremendo. Tinha sido só um pesadelo, não tinha acontecido nada demais. Isso não era justo. Não era junto que eu estivesse aqui passando por tudo isso, enquanto ele estava lá, estava bem.

- Querida? – Vovó apareceu na porta do meu quarto – desculpe entrar assim, eu bati algumas vezes, mas... – Vovó se interrompeu quando me fitou. – O que aconteceu, porque está chorando?

Eu estava?

- Eu não me sinto muito bem vovó. – Comecei engolindo o bolo em minha garganta – posso ficar em casa?

- É claro meu bem. – Ela se abaixou ao meu lado e me olhou com preocupação – mas o que aconteceu?

- Foi um pesadelo. – Me esforcei para falar – O Edward estava aqui, ele me perseguia, eu conseguia trancar a porta mais ele ficava chutando, e chutando... Ele quase me pegou...

- Ah, Suzana... – Vovó me abraçou com força.
- Foi tão real... Tão real... Eu estou apavorada.

Isso era tão cruel, eu estava começando a sentir que finalmente poderia seguir em frente. Eu estava começando a ter vontade de viver novamente, e então um sonho colocava tudo a perder.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo. – Vovó voltou a me fitar – você tinha horário com a psicóloga a tarde, mas nós iremos agora pela manhã, está bem?

Assenti.

- Pode não contar ao meninos que estou assim? Eu não quero que eles se preocupem.

Vovó tocou meu rosto com carinho.

- É o nosso segredo. – Ela sussurrou.

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