Suzana
Aquela queda tinha sido bem feia.
Nós esperamos ele levantar por alguns segundos, assim como o time. Quando viram que ele não se mexia, começaram a correr em sua direção, e eu soube que o jogo tinha acabado. Aquilo havia sido serio.
— O George é mesmo um idiota! — Emma reclamou do meu lado.
Eu só pude soltar um suspiro de alivio. Ainda bem que não tinha sido Asafe.
— Não sirvo pra assistir essas coisas. — Comentei.
Era muito emoção.
As pessoas da arquibancada começavam a correr para o campo, curiosas. Já não dava para ver mais nada, estava uma verdadeira confusão.
— Matt! — Alison gritou, tentando chamar a atenção do namorado — estamos aqui!
Matt correu até nós, quando nos viu. Com o capacete na mão, e uma expressão chateado no rosto.
— Vocês viram isso? O George quase mata o garoto. — Ele disse.
— Foi assim tão grave? — Emma perguntou.
Matt assentiu.
— Acho que ele deslocou a clavícula. Tá bem feio.
Nossas bocas se abriram surpresas. Que dor ele não devia está sentindo agora.
— E o que vão fazer agora? — Alisson fitou a multidão no campo.
— Asafe vai levá-lo ao hospital. — Matt respondeu.
— Como? Porque ele, se foi o George que provocou o acidente.
— A garoto é irmão da Fiorela.
Ela tinha um irmão?
— Isso explica o ódio do George pelo garoto. — Emma divagou, e eu me concentrei em acenar para Asafe, quando eles nos viu.
— Vai levar ele pro hospital? — Questionei quando se aproximou.
— Tenho que ir com a Fiorela, ela tá muito abalada. — Disse suspirando desesperado. — Você volta com o Matt e as meninas.
— Mas e o jantar. — Lembrei caso ele tivesse esquecido — ouviu o que o papai falou.
Asafe encolheu os ombros voltando a correr para a multidão, ignorando meus protestos.
— Você e o Davi me dão cobertura! Eu tentarei ir!
Ah, ótimo! Isso seria ótimo.
***
Eu me concentrei em me aprontar quando cheguei em casa. Tomei um bom banho, enrolei o cabelo, fiz uma maquiagem que combinasse com o vestido azul turquesa, e coloquei o saltos que tinha comprado par usá-los com ele. Assim que terminei, desci as escadas ansiosa. Asafe ainda não tinha chegado, então teria que ir com o motorista, e dá um jeito de encontrar Davi primeiro quando chegasse, não queria correr o risco de ter que ser eu a contar a papai que Asafe não tinha ido.
— Davi? — Chamei me surpreendendo ao ver meu irmão no hall da casa, com a mão envolta de alguns papeis. — O que está fazendo aqui?
— Tive que vir buscar uns documentos para papai. — Ele explicou — e você? Achei que já estivessem a caminho. Onde está Asafe? — Davi passou o olhar pelo ambiente, notando que estávamos sozinhos.
— No hospital.
Os olhos de Davi se abriram surpresos.
— Como assim?
— Não se preocupe. Não é nada com ele. — Tratei de tranquiliza-lo — foi o irmão da namorada, a tal Fiorela. Ele se machucou no jogo, e Asafe os levou para o hospital.
— Ah... — Davi suspirou um pouco mais calmo.
— Asafe pediu que déssemos cobertura para ele.
Davi fez uma careta.
— Então é melhor irmos logo. — Ele disse colocando a mão na minha cintura e me guiando para a saída.
O jantar para amigos íntimos, que o ex ministro estava dando, era realmente só para os íntimos. Havia pouco mais de quinze pessoas ali na elegante sala de visita da mansão. E quando chegamos os anfitriões estavam conversando com nossos pais. O senhor Villan sorria para papai, provavelmente de algo que ele tenha dito, e ao seu lado mamãe conversava com sua esposa.
Nem parecia a mesma pessoas que hoje pela manhã tinha começado uma discursão por não querer fazer isso. No final das contas ela sempre cedia as vontades de Edward, mesmo que fossem vontades que iam de encontro aos seus princípios.
Que hipócrita!
— Vamos aproveitar que ele está de bom humor. — Davi me sussurrou enquanto seguíamos para perto deles.
Bom humor esse que desaparecia no momento em que ele soubesse que Asafe tinha passado por cima de sua ordem. De novo.
— Ah, aí estão as crianças. — Mamãe disse quando nos notou. — Estou certa de que lembra-se deles, Janet. — Ela se voltou para a esposa de Inácio que lhe sorriu.
— Claro, embora tenham mudado bastante. Não acha querido? — Ela falou tentando chamar a atenção do marido, que de frente para o papai, ainda não nos tinha notado.
— De certo que sim. — Entrecerrou os olhos para nós — David está um homem já feito, e você Suzana a cada dia mais linda.
Eu sorri um pouco, em agradecimento. Inácio parecia o mesmo de a dois anos atrás quando foi preso. Essa historia de que a cadeia mudava as pessoas só devia se aplicar para pobres.
— Mas está faltando um. Onde está Asafe? — Ele continuou passando os olhos por nós.
Era claro que Inácio não poderia ficar calado, tinha que colocar o nariz em um assunto que não lhe incumbia.
— Estava para fazer a mesma pergunta, Inácio. — Papai disse em um tom quase envenenado.
— Acabou acontecendo um imprevisto em um jogo, como ele é o capitão do time, resolveu acompanhar o garoto que se machucou ao hospital. — Davi explicou, rapidamente.
— Mas tentará chegar a tempo. — Completei.
Os anfitriões sorriram. Mamãe piscou pensativa, e papai disfaçou a expressão indignação muito bem antes que o grupo percebesse.
Era evidente que Asafe iria ouvir poucas e boas hoje, e sabe se Deus que castigo ele aplicaria ele, já que ainda nem tinha saído do ultimo.
Suzana
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...