POLISIPO: É uma palavra grega, que significa: Pausa na dor. É quando o difícil do mundo dá um tempo.
Quando abri meus olhos, eu estava novamente em um quarto de hospital.
Então eu não tinha morrido.- Oi... – Davi sussurrou ao meu lado – que bom que acordou.
- Eu tive um ataque de pânico?
Davi suspirou com tristeza e depois assentiu.
Eu fechei meus olhos tentando impedir as lágrimas de virem.
- Achei que iria morrer. – Solucei.
Foi o que eu senti no momento, senti que aquilo iria me matar, e agora naquele hospital de novo, depois de tudo o que tinha acontecido, esse era o meu desejo.
- Eu quero morrer. – Disse mais para mim mesmo do que para Davi.
Eu não aguentava mais essa dor. Queria que ela, que ela desaparecesse.
- Suzana? – Davi retorquiu assustado.
Quando abrir os olhos para olhá-lo ele também chorava, estava com uma expressão triste e dolorosa no rosto.
- Você não entende que nunca para de doer, nunca para. Eu quero morrer... Meu Deus, eu só quero morrer.
- Suzana...
- Não Davi, eu estou cansada disso. Eles não vão nos deixar ir, não vão. E eu vou continuar tendo ataques, e eles não se importam, e você não pode fazer nada, não pode...
- Irmã... – Davi me abraçou com força – nós vamos embora daqui, eles deixaram.
Deixaram?
Respirei fundo e tentei me controlar para falar.
- Nós vamos embora?
- Assim que tiver alta. – Davi afagou o alto da minha cabeça - Você não vai precisar nem voltar mais para aquela casa.
Eu estava... Estava livre?
☘️
- Davi já deve ter contado que permitimos que vocês mudem para o Brasil. – Mamãe disse.
Estávamos só nós duas. Ela tinha pedido um momento a sós.
Assenti.
Mamãe tocou minha mão encima da cama. A mesma em que havia um acesso com soro e medicação. Ela olhou fixamente para a bolsa de soro, pensativa, como se tivesse algo escrito ali.
- Eu e Edward concordamos que vocês precisam de um tempo. – Ela disse em voz baixa – não quero que pense que não me importo com sua saúde, Suzana. Com você... – Ela me olhou no rosto, com os olhos cheios de lágrimas – eu te amo tanto querida com todo meu coração... Espero... Espero que nunca se esqueça disso.
Fechei os olhos tentando controlar a dor.
Ah mamãe. Eu te amei de verdade. Mas você arruinou tudo, tudo.
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O AMOR ME CUROU
Roman d'amourSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...