Capítulo 72 Perdida... Eu Acho.

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A psicóloga em que vovó me levou se chamava, Rosana Alves. Era uma mulher magra e pequena.

O seu consultório era grande e acolhedor, não tinha um divã, como eu havia imaginando, ao contrário disso havia um sofá extremamente confortável, e foi lá que me acomodei, enquanto ela sentava em uma cadeira acolchoada a minha frente.

Eu estava um pouco nervosa. Nunca antes tinha feito terapia, nem sabia por onde começar, e para mim era realmente desconfortante ter que contar tudo que estava acontecendo comigo. Eu só esperava que tudo isso me fizesse melhorar.

- Eu não sei bem como fazer isso... – Disse com insegurança, assim que nos sentamos.

A psicóloga sorriu com gentileza.

- Porque não começa me contando como está se sentindo agora?

- Agora?

- Sim, agora.

Eu engoli um seco e fitei minhas mãos em punho no meu colo. Sabia que se relaxasse elas começariam a tremer. Eu não queria tornar isso mais difícil do que já era.

- Perdida, eu acho... – Pronunciei com dificuldade. – E muito cansada.

- Cansada?

Assenti enxugando as lágrimas em meu rosto.

- Sim, eu... Eu quero me recompor sabe, voltar a gostar de viver, seguir com minha vida, mas eu estou tão exausta. – Disse baixinho – Eu não consigo dormir direito, e eu sinto um medo aterrorizante dentro de mim, mas não é só medo, sabe, é como um ataque de pânico.

Tremi lembrando das vezes em que tinha acontecido, e como tinha sido insuportável.

- Eu nem consigo respirar. – Sussurrei – só queria que alguém me dissesse que vai ficar tudo bem, que eu vou melhorar.

A psicóloga se aproximou com um lencinho, e sentou ao meu lado.

- Nós vamos fazer isso junto. – Ela disse com cautela – vai ser um processo, lento, mas no final vai ficar tudo bem, você vai melhorar.

Eu aceitei o lenço que ela me estendeu e enxuguei meu rosto.

- Eu acho que preciso contar uma coisa a você... – Continuei depois de alguns segundos – sobre algo que aconteceu em Londres, eu... Eu tive um ataque de pânico, e estava sozinha... Tinha uns remédios. – Admiti com dificuldade.

Como era estranho falar sobre aquilo. Nunca tinha contado a ninguém. Nem mesmo ao Levi.

- Tinha uns remédios... – A psicóloga pronunciou tentando me instigar a falar.

- E eu estava olhando no espelho, e pensando: Será que se eu desistisse seria melhor?

Estava tão envergonhada por ter que dividir aquilo com ela, que nem conseguia tirar os olhos das minhas mãos trêmulas segurando o lenço.

- Eu quase desistir, eu quase tomei aqueles remédios.

- E o que fez você não desistir?

Respirei fundo.

- Hum... Meu irmãos... Eu estaria acabando com a vida deles também.

A psicóloga tocou minhas mãos com carinho, e quando eu finalmente tive coragem de olhar para ela, não havia julgamento, nem estranheza em sua expressão. Ela parecia entender.

- Que bom que você me contou. – Ela sussurrou – preciso saber, se você voltou a ter esses pensamentos.

Meneei com a cabeça rapidamente.

- Certo, agora você precisa saber que vou ter que conversar com Marina sobre isso.

Assenti. Eu já imaginava.

- Mas a necessidade de se preocupar. Como eu disse é um processo, e nós vamos fazer isso juntas!

                                    ☘️

Depois que terminamos a sessão, fui encaminhada diretamente para o psiquiatria, ficava no mesmo prédio. Então só tivemos que pegar um elevador. Tive que contar tudo a ele também, e fazer algumas avaliações e questionários. Ele também passou antidepressivos, que eu tive que tomar logo lá no seu escritório, assim como com a psicóloga, vovó Marina teve que conversar com ele sozinha depois que eu saí.

O caminho para casa foi silencioso, vovó estava respeitando meu momento, e eu estava refletindo sobre tudo que tinha acontecido. Era estranho pensar que agora eu estava tomando antidepressivos, e que eu teria que passar por tudo isso por causa dele.

Como eu o odiava, ele havia causado traumas, traumas reais em mim, e agora eu tinha que lutar para superá-los, tudo por sua culpa.

Suspirei cansada. Às vezes eu me perguntava como teria sido minha vida se meu pai biológico não tivesse me abandonado... Talvez eu não tivesse todas essas cicatrizes, por dentro e por fora. Pensei passando os dedos pela cicatriz em meu pescoço. Queria que às coisas tivessem sido diferentes...

- Suzana? Nós chegamos, meu bem. – Vovó avisou.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos, que nem tinha percebido que o carro havia parado na entrada da casa.

O motorista abriu a porta, e nós seguimos para dentro para encontrar Davi e a gerente da vovó conversando. Eu sabia que o que quer que ele tivesse que fazer hoje, daria um jeito de fazer em casa, para estar aqui quando chegássemos.

- Oi... – Ele disse, cumprimentando vovó primeiro, e depois veio até mim enquanto vovó falava com a gerente. – Como foi lá? – Davi sussurrou.

Suspirei.

- Exaustivo. – Admiti – a vovó vai te contar tudo. Eu vou subir pra descansar um pouco. – Avisei ficando na ponta dos pés e depositando um beijo em seu rosto.

Sabia que meu irmão estava preocupado, e eu odiava preocupa-lo, mas no momento não dava para pensar em como ele estava se sentindo, não quando eu me sentia daquela forma.

- Foi um prazer, como sempre senhorita Eloisa. – Falei ao passar por ela que sorriu docemente.

- Igualmente, senhorita Suzana.

Eu segui para meu quarto, tomei um bom banho, e dormi pelo resto do dia.

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